O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), colocou seu futuro político nas mãos do Senador Federal Rodrigo Pacheco (PSD). Em fala ao programa 98 Talks, da Rede 98, Simões afirmou que as costuras políticas com o PSD de Kassab só vão se concretizar quando Pacheco definir sua candidatura em 2026.
“Nem se eu quisesse era possível estar no PSD, neste momento”, disse Pacheco, ao ser questionado pelo jornalista Paulo Leite sobre a possibilidade de mudar de legenda. “Mas eu espero que Rodrigo Pacheco, quando retirar a sua candidatura, ou quando sair do partido para ser candidato por um partido de esquerda — já que ele é apoiado por Lula — eu possa conversar com o presidente Kassab sobre tê-los comigo na coligação”, continuou. O presidente do PSD foi avaliado por Mateus como um forte aliado para 2026. “Kassab é um homem que eu admiro muito. Eu tenho certeza que ele vai ser capaz de contribuir para a campanha de Minas Gerais no próximo ano”, afirmou.
Simões também não poupou elogios ao Novo, partido do qual foi o primeiro mandatário. “Eu jamais me desvincularei do Novo. É a minha casa, o partido onde fui eleito pela primeira vez”, declarou. Entretanto, o vice-governador não ignorou as pressões externas que vem sofrendo, na esfera eleitoral. “Entendo que, a cada dia que passa, eu sofro mais pressões por outras coligações. Uma vez que a direita mais ativa [em Minas] não está pronta ainda para essa discussão [eleitoral]. E isso me deixa em uma situação difícil, em alguns momentos”.
“Quando Waldemar [da Costa Neto, presidente do PL], fala na semana passada que vai apoiar, ou Nikolas — que não é candidato — ou Cleitinho, que não se sabe que é candidato (…) esse tipo de incerteza faz com que cresça a minha necessidade de discussão com esses partidos”, completou. Mateus destacou, ainda, que recebeu o apoio pela pré-candidatura de Jair Bolsonaro, quando cumpriu agenda em Belo Horizonte.
“Aproximação natural” com o PSD
Mateus Simões explicou que a aproximação com o PSD deve ocorrer de forma “natural” no processo de construção da pré-candidatura ao governo do estado.
“Primeiro, eu não estou saindo do Novo neste momento. Segundo, eu preciso conversar com os partidos que estão caminhando conosco”, declarou, destacando uma série de siglas alinhadas à campanha — como Podemos, Solidariedade, PMN, DC — quanto de grande porte, como PP e União Brasil.
Ao citar o PSD, Simões ressaltou que a legenda ainda não faz parte oficialmente da sua base, mas destacou que a adesão seria coerente. “O PSD, no entanto, não está ainda na minha pré-candidatura, mas naturalmente deveria vir por um motivo simples: os deputados do PSD — e o PSD tem a maior bancada da base do governo — são todos alinhados com aquilo que eu proponho para Minas Gerais”, disse.
O vice-governador reforçou que o apoio vai além da bancada estadual e conta com prefeitos. “Mais de 150 prefeitos do partido também caminham conosco. Eu conto hoje, com muita alegria, com o apoio de mais de 700 prefeitos no estado. Desses 700, 150 são do PSD, é o partido com maior número de prefeituras em Minas Gerais. Então, é uma aproximação natural”, completou.
Simões também citou outras siglas da direita e centro-direita, como PL e Republicanos, destacando que mantém o diálogo aberto. “O PL, quando tiver superado esse momento difícil que eles vivem, discutindo a condenação do presidente Bolsonaro [pode se alinha]. O próprio Republicanos, quando o senador Cleitinho decidir se será ou não candidato. Eu continuo defendendo que nós estejamos todos reunidos”, afirmou.
Para ele, a consolidação da candidatura depende do fortalecimento desse bloco. “A minha candidatura está bem consolidada com esses partidos já da centro-direita, e eu espero que a gente possa continuar ampliando. O PSD é um caminho natural”, concluiu.