A tecnologia avança e, junto com ela, surge uma pergunta que deixa motoristas atentos: quando o volante deixará de estar nas mãos humanas? Segundo Dara Khosrowshahi, CEO da Uber, o prazo está entre 10 e 15 anos. Nesse horizonte, os carros autônomos poderão substituir gradualmente motoristas de aplicativo. Não será de um dia para o outro, mas o impacto na vida de quem depende dessa atividade já é inevitável.
O movimento não é especulação. Carros autônomos já estão em fase de testes em cidades como Atlanta e Austin, nos Estados Unidos. Isso mostra que a tecnologia saiu da teoria e caminha para se tornar realidade. O ponto de atenção é claro: funções repetitivas e previsíveis, como dirigir em rotas conhecidas, estão no radar da automação.
Para os motoristas, o desafio será repensar competências. Dirigir pode deixar de ser suficiente. Outras habilidades, como monitoramento remoto de veículos, data labeling e suporte digital, podem surgir como novas funções ligadas ao setor. A Uber reconhece que essa transição será híbrida: motoristas humanos continuarão sendo essenciais, mesmo com veículos autônomos em circulação.
Há ainda barreiras a superar: regulação, infraestrutura, confiança do usuário e adaptação cultural. Esses fatores devem frear a substituição instantânea, mas não a sua trajetória. O futuro muda a forma como encaramos o presente. Se há risco, há também oportunidade. Treinamento, suporte para transição de funções e garantias sociais precisam entrar imediatamente na agenda.
No futuro do trabalho, competências técnicas e humanas caminham juntas. Vai liderar esse processo quem enxergar além do volante e investir em reinvenção, aprendizado contínuo e novas posições dentro do mercado em transformação. A tecnologia pode até dirigir o carro, mas ainda cabe às pessoas escreverem o mapa de como esse caminho será vivido.