Siga no

(FreePik)

(FreePik)

Compartilhar matéria

Em 1714, a Grã-Bretanha ofereceu um prêmio equivalente a 2 milhões de dólares a quem conseguisse resolver um grande enigma: determinar a longitude de uma embarcação no mar. O concurso atraiu os maiores astrônomos e cientistas da Inglaterra, mas quem levou o prêmio mesmo foi um relojoeiro. Você acredita?

A posição de qualquer ponto sobre o globo terrestre é dada por suas coordenadas de latitude (norte-sul) e longitude (leste-oeste). A ignorância da longitude levou a inúmeros desastres marítimos. Em 1707, na Zidecilli, quatro navios de guerra da Marinha britânica afundaram, matando 2.000 marujos. Diante do prejuízo, o Parlamento britânico resolveu dar um prêmio para quem resolvesse o enigma da longitude.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Achar a latitude em relação ao Equador é fácil, mas a longitude varia com o movimento da Terra e depende de se saber a hora local em um meridiano de referência. E é aí que entra o relojoeiro John Harrison. Suas primeiras tentativas com relógios de madeira não funcionaram. Ele logo passou a experimentar com relógios de metal. Só que, com a variação de temperatura no mar, alguns metais se dilatavam e outros se contraíam, e com isso os relógios logo perdiam a hora.

Muitos anos e muitas tentativas depois, John Harrison chegou ao modelo H4, composto por ligas metálicas que, por seu comportamento termodinâmico, se cancelavam mutuamente, garantindo uma precisão superior àquela exigida pelo regulamento da premiação. Obviamente, a comissão julgadora, sob a influência do astrônomo real, continuava dizendo que o efeito produzido era fruto da sorte.

Harrison, então, resolveu apelar ao rei George III, que ordenou que se desse a Harrison — que já contava 80 anos de idade — a recompensa milionária em reconhecimento de sua genialidade e dos 59 anos de trabalho.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Compartilhar matéria

Siga no

Ewandro Magalhães

É contador de histórias e especialista em comunicação internacional. Foi chefe-intérprete de uma agência da ONU em Genebra e já emprestou sua voz a líderes como Obama, Lula e Dalai Lama em reuniões de cúpula mundo afora. É autor de três livros, palestrante internacional TEDx e cofundador de uma startup de tecnologia com sede em Nova York. Mineiro de Belo Horizonte, é criador de conteúdo sobre linguagem e curiosidades. Domina seis idiomas e vive atualmente nos Estados Unidos.

Webstories

Mais de Entretenimento

Mais de Colunistas

Hiato do produto e inflação: o desafio estrutural da economia brasileira

Trabalho por aplicativos cresce 170% em 10 anos e ajuda a reduzir desemprego

Do vapor à inteligência artificial: o futuro exige coragem para mudar

Aprender é um ato político: o papel da escola na transformação social

Suborno e mineração ilegal: os riscos que nenhuma multa consegue pagar

Ibovespa fecha em queda e Raízen já acumula 21% de baixa na semana

Últimas notícias

Spotify endurece regras para derrubar e rotular músicas feitas por IA

Cruzeiro lança novo uniforme III em homenagem ao Rio São Francisco

Volante espanhol Sergio Busquets anuncia aposentadoria aos 37 anos

Grêmio perto de comprar Marlon; veja quanto o Cruzeiro deve receber

ANM nomeia mais 216 novos servidores

Trump anuncia tarifas de até 100% sobre medicamentos e caminhões

Mega-Sena 2919: Sem ganhador, prêmio acumula para R$ 80 milhões

Setor de alimentação fora do lar mostra recuperação

Check-in, check-out e limpeza: entenda novas regras para hotéis brasileiros