Historicamente associado a ambientes masculinos e pouco diversos, o setor da mineração passa por um momento de transformação no Brasil. Com iniciativas de inclusão, a busca pelo respeito e valorização das diferenças no ambiente de trabalho ficou mais intensa. Mais que bons resultados, o objetivo é melhorar as relações com a sociedade.
A Anglo American, mineradora responsável pelo sistema Minas-Rio, tem assumido o protagonismo no tema com uma receita que envolve metas claras, políticas internas amplas e um trabalho contínuo voltado à equidade e respeito.
Além de cumprir uma agenda global, a empresa adota ações conectadas à estratégia de negócios e à cultura organizacional, que se traduzem em práticas como a criação de salas de amamentação nas unidades operacionais e administrativas. Em destaque, também, políticas contra assédio, bullying e violência doméstica.

No caso da inclusão racial, a meta é chegar a 35% de pessoas negras em cargos de liderança até 2028. Roberto Moraes é gerente de operação da mina da Anglo American em Conceição do Mato Dentro e faz parte do grupo de afinidade de Raça e Etnia. ele conta o que mudou na percepção deles em relação aos colegas de trabalho.
“Sou um aliado em inclusão e diversidade, especialmente na causa racial. Acredito que é essencial reconhecer que cada pessoa tem uma história única, marcada por sua origem, cultura e vivências. Na operação de mina cada colega precisa se sentir respeitado e valorizado pelo que é para que possa exercer todo seu potencial. A diversidade nos fortalece como equipe e ajuda a construir um ambiente mais justo. Valorizar essas trajetórias é também reconhecer o papel transformador que temos como líderes,” finaliza.
Nas ações internas, as atividades baseadas em políticas como a de Inclusão e Diversidade, Contra a Violência Doméstica e Contra Bullying, Assédio e Retaliação, ajudam a criar um ambiente de segurança e respeito. As diretrizes podem ser acompanhadas por canais de denúncia, equipes de apuração e um Comitê de Ética.
Cultura organizacional e metas claras
Em um Brasil ainda muito desigual, o caminho em busca de direitos básicos e de mudanças culturais não será feito de um dia para o outro.
Na Anglo American, o trabalho é direcionado e multidisciplinar. A gerência de Desenvolvimento, Cultura e Diversidade, Equidade e Inclusão, vinculada à Diretoria de Pessoas & Organização, por exemplo, lidera as ações e promove iniciativas que vão além da diversidade demográfica — abordando também saúde mental, desenvolvimento de talentos, capacitação e formação contínua.
Em 2025, a empresa lançou o programa Somos + Aliança, iniciativa voltada para envolver homens na discussão sobre equidade de gênero e na promoção de uma cultura de respeito e colaboração.A CEO da Anglo American no Brasil, Ana Sanches, reforça a importância de um engajamento genuíno, inclusive entre os homens que ocupam posições de liderança.
“O Somos+ Aliança é um programa conduzido por homens e para homens, a fim de criar um espaço psicologicamente seguro e gerar reflexões sobre a igualdade de gênero que queremos construir, olhando para os seus benefícios e desafios, bem como propondo ações para impulsionar a mudança. Homens na liderança podem ser aliados ativos: isso acelera a mudança cultural, gera uma escuta de mão dupla e traz mudanças na cultura que são positivas para todas as pessoas, inclusive para os homens,” conclui.
Além de reforçar a representatividade, o programa busca sensibilizar lideranças sobre o papel na transformação cultural da empresa, promovendo ambientes mais acolhedores e produtivos para todos.