Após 18 anos em abrigos, jovem com paralisia cerebral é adotado em Minas Gerais

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Nascido em Januária, Gabriel foi acolhido pela primeira vez aos quatro meses de idade pelo abrigo 'O Pequeno Davi', encaminhado pelo Conselho Tutelar (Arquivo pessoal)

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Depois de passar quase duas décadas vivendo em instituições de acolhimento, Gabriel Ferreira de Souza, jovem de 18 anos com paralisia cerebral, foi adotado por uma família de Arinos, na região Noroeste de Minas Gerais.

Nascido em Januária, no Norte do Estado, Gabriel foi acolhido pela primeira vez aos quatro meses de idade pelo abrigo “O Pequeno Davi”, encaminhado pelo Conselho Tutelar. Na ocasião, ele apresentava graves sinais de desnutrição, pesando apenas 2,35 kg, com ausência de movimentos no pescoço e perímetro cefálico elevado.

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O diagnóstico indicou paralisia cerebral tetraplégica mista associada à disartria, tornando-o totalmente dependente de ajuda para atividades diárias.

Em 2010, Gabriel tentou retornar à família de origem, mas voltou ao acolhimento devido a situações de risco. Em julho de 2013, ele foi transferido para o abrigo “Gotas de Esperança”, atual Associação de Meninas e Meninos de Arinos (Ammar).

“Ele sempre foi conhecido na cidade como o ‘garoto feliz do abrigo’ ou ‘anjo Gabriel’. Meigo, alegre e carinhoso, é um exemplo de superação”, conta Deuseni Santana, voluntária na Ammar.

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Apesar das limitações na aprendizagem formal, Gabriel concluiu o Ensino Fundamental em escola regular e atualmente cursa o 3º período da Educação de Jovens e Adultos (EJA) na Apae de Arinos. A aproximação da maioridade trouxe ansiedade sobre o futuro fora do abrigo, segundo Deuseni Santana.

Final feliz

Sem possibilidade de retorno à família biológica, já que a mãe teve outros seis filhos, mas não manteve contato com Gabriel, o jovem foi incluído nos cadastros de adoção, sem conseguir encontrar adotantes durante a infância e adolescência.

A chance surgiu quando Gabriel completou 18 anos. O casal Samira Sales e Lucas Nogueira, que já havia adotado três irmãos em Arinos em 2020 e atualmente mora em Caçapava, no interior de São Paulo, buscou notícias do jovem. Após chamadas de vídeo, decidiram intensificar o desejo de adoção ao saber que Gabriel poderia ser desligado do abrigo sem destino definido.

“Meu sentimento é de imensa gratidão a Deus por ele me permitir ser mãe desse tesouro tão precioso que é o Gabriel. Ele veio completar nossa família”, declarou Samira.

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Lucas também relatou a experiência: “Adotar Gabriel foi mais do que abrir as portas da nossa casa; foi abrir o coração. Cada sorriso dele me faz entender o verdadeiro sentido do amor incondicional. Hoje, não consigo imaginar minha vida sem ele.”

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Larissa Reis

Graduada em jornalismo pela UFMG e repórter da Rede 98 desde 2024. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagens premiadas pela CDL/BH em 2022 (2º lugar) e em 2024 (1º lugar).

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