CREA-MG cancela registros de profissionais envolvidos em colapso de barragem em Brumadinho

Siga no

A decisão, que não cabe recurso, impede esses profissionais de exercerem a atividade legalmente em todo o território nacional (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Compartilhar matéria

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) cancelou os registros de 15 profissionais responsabilizados por falhas técnicas relacionadas ao rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho.

A decisão, que não cabe recurso, impede esses profissionais de exercerem a atividade legalmente em todo o território nacional. A medida é considerada a mais severa dentro do sistema profissional de engenharia e agronomia, já que o cancelamento do registro equivale à cassação do direito ao exercício da profissão.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Segundo o Crea-MG, a ação não tem caráter reparatório diante da dor das famílias e das perdas humanas e ambientais, mas representa uma resposta concreta no sentido de reforçar os princípios da ética, da responsabilidade técnica e da segurança pública.

A engenheira civil e diretora da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem da Vale em Brumadinho (Avabrum), Josiane Melo, entende que as punições representam um avanço na busca por justiça e maior rigor na fiscalização de profissionais e empresas do setor.

“vejo que a entidade recebeu a denúncia, conduziu a investigação e a encaminhou ao Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia), em Brasília, instância que reúne todos os CREAs. Essa decisão representa a concretização da justiça e uma medida preventiva, visando impedir a reincidência de condutas inadequadas. Esperamos que essa ação reforce a importância da ética profissional e a consciência das consequências de violações entre os profissionais”, enfatiza.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Desde o rompimento, o Crea-MG investiga as causas e responsabilidades dentro de sua esfera de atuação. Os processos disciplinares instaurados contra os profissionais seguiram todos os trâmites legais, incluindo oitivas de testemunhas, diligências técnicas e análises criteriosas realizadas pelas Câmaras Especializadas do Conselho.
O cancelamento dos registros de outros profissionais não está descartado.

Em outra frente ligada ao rompimento da barragem, a Avabrum pede que o presidente da Vale à época da tragédia, Fábio Schvartsman, volte a responder por homicídio qualificado e crimes ambientais na Justiça. Atualmente, ele não responde pelos crimes em razão de um habeas corpus obtido por sua defesa.

O julgamento do recurso apresentado pelo Ministério Público Federal foi adiado pelo Superior Tribunal de Justiça após um pedido de vista, e deve ser retomado apenas no próximo ano. O MPF contesta a decisão do TRF-6, que suspendeu a ação por considerar que não havia indícios suficientes.

Com o voto do relator favorável ao retorno da ação, a diretora da Avabrum, Josiane Melo, está otimista:

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

“Ficamos muito satisfeitos com a posição do relator. Infelizmente, tivemos esse adiamento. É um tempo a mais que vamos ter que aguardar pela nossa tão sonhada justiça. Mas acreditamos que ela será feita e que o presidente da Vale à época do rompimento será julgado pelos crimes”, defende.

O rompimento da estrutura da Vale deixou 272 mortos, entre funcionários da empresa e moradores da região, além de provocar danos ambientais irreparáveis. A tragédia, ocorrida em janeiro de 2019, é uma das maiores do tipo no Brasil e no mundo.

Compartilhar matéria

Siga no

Webstories

Mais de Entretenimento

Mais de Minas Gerais

‘Águas do Saber’: Estudantes escrevem livros sobre Brumadinho e encantam com criatividade e imaginação

Médico e equipe de enfermagem são denunciados por homicídio após omissão de socorro em UPA

Acidente entre ambulância e caminhão deixa três mortos em Minas Gerais

Homem é preso no Barreiro, em BH, após receber jacaré e jiboia pelos Correios

Pesquisadores da UFMG estão entre os mais influentes do mundo, aponta ranking de Stanford

Amigos comem planta tóxica confundida com couve e são internados em estado grave em MG

Últimas notícias

Incêndio faz moradores saírem de casa às pressas no bairro Nova Suíça, em BH

Polícia encontra fábrica que adulterava bebidas em SP e está ligada a mortes por metanol

Infância conectada

Você sabe quanto custa o seu mês?

Você precisa de mais roupas ou de mais clareza sobre seu estilo?

A força invisível das marcas vem de dentro

Bicicleta dobrável: mobilidade sem complicação

Inadimplência recorde desafia otimismo dos dados oficiais

Governo estuda elevar IOF após derrota no Congresso