Um vídeo que circula nas redes sociais mostra uma mulher no Aeroporto Internacional John F. Kennedy, em Nova York, apresentando um passaporte de um país chamado Torenza — que não existe. A gravação, publicada no TikTok e no Instagram, acumula milhões de visualizações e reacendeu teorias sobre universos paralelos e desinformação criada por inteligência artificial.
O vídeo que intrigou a internet
Nas imagens, a viajante afirma ter chegado de Tóquio e diz que Torenza fica na região do Cáucaso. O diálogo com agentes de imigração parece realista, com documentos oficiais e falas coerentes, o que levou muita gente a acreditar que o episódio realmente aconteceu.
Entretanto, nenhuma fonte confiável confirmou o caso. Não há registros oficiais no aeroporto, nem pronunciamentos de autoridades americanas.
Especialistas confirmam: é uma farsa gerada por IA
De acordo com verificadores independentes e analistas digitais, o vídeo é gerado por inteligência artificial. A empresa Grok, ligada à plataforma X (antigo Twitter), classificou o caso como um “hoax”, ou seja, uma fraude inspirada em uma antiga lenda urbana conhecida como “O Homem de Taured”.
O conteúdo apresenta traços típicos de vídeos sintéticos — expressões faciais suavizadas, voz artificial e legendas inconsistentes. Nenhum portal de notícias, banco de dados oficial ou comunicados do aeroporto confirmam o suposto incidente.
A origem da lenda: “O Homem de Taured”
A história que inspirou o boato remonta a 1954, quando um homem supostamente desembarcou no Aeroporto de Haneda, em Tóquio, com um passaporte emitido por um país inexistente chamado Taured.
Ele afirmava que Taured ficava entre a França e a Espanha, onde hoje está Andorra. O passaporte parecia autêntico e tinha carimbos de vários países. O homem foi levado a um hotel enquanto as autoridades investigavam — mas desapareceu misteriosamente na manhã seguinte, junto com seus pertences.
A história nunca foi comprovada, mas se tornou uma das lendas urbanas mais populares da era moderna.
Por que o caso volta a viralizar agora
O vídeo da “mulher de Torenza” ilustra o avanço da desinformação com IA, capaz de recriar rostos, falas e situações com realismo crescente. Para especialistas, esse tipo de conteúdo coloca em xeque a confiança pública em imagens e vídeos compartilhados nas redes.
O episódio também expõe um novo tipo de risco: histórias falsas que misturam ficção antiga e tecnologia moderna para gerar engajamento, sem qualquer verificação jornalística.