A manutenção da vida moderna é resultado de um processo contínuo de fornecimento de insumos para abastecer setores-base como energia, transporte, saúde, construção civil e tecnologia. Por trás dos vergalhões de uma grande obra e de relógios inteligentes, capazes de auxiliar na rotina, há uma cadeia produtiva gigante que tem a mineração como uma das peças que fazem esse motor girar.
É um setor da indústria que enfrenta desafios históricos e complexos, como a segurança dos trabalhadores, a produtividade em ambientes de alta pressão operacional e os impactos ambientais do uso de recursos como água e energia. Na construção dessa nova era no setor, a inovação é estratégia vital para aumentar a eficiência dos processos e garantir uma mineração mais sustentável, segura, inteligente e alinhada às demandas da sociedade.
Nesse movimento, a mineradora Anglo American tem investido em soluções tecnológicas e modelos de gestão com o programa global Future Smart Mining. A proposta da companhia, com atuação no Sistema Minas-Rio, moderniza processos industriais e transforma a forma como a mineração é pensada, com foco no desenvolvimento social, ambiental e econômico.
O Future Smart Mining é uma plataforma de inovação que une tecnologia, digitalização e sustentabilidade. Entre os resultados, estão avanços em áreas-chave como automação, uso racional de recursos hídricos, eficiência energética e gestão de dados para analisar padrões e prever eventos futuros.
A abordagem parte de um funil de inovação, no qual desafios são identificados pelas equipes operacionais e encaminhados para hubs parceiros, como o Mining Hub e o Fiemg Lab. A partir daí, startups, universidades e centros de pesquisa desenvolvem soluções específicas, que passam por fases de testes, validação e capacidade de expansão, até mesmo em escala global.
A especialista de inovação da Anglo American, Danielle Biajoli, detalha o processo e a importância das etapas para resultados evidentes: “A inovação começa pelo ‘pequeno’, com uma prova de conceito, testes rápidos, para que o risco seja minimizado, para que o investimento seja menor e, na prova, a gente consiga trazer resultados que justifiquem os próximos passos. O futuro da mineração já começou, com caminhões automatizados, operando com energia limpa. A tecnologia está posta. Qual a tecnologia que iremos usar? Todas”, projeta.

Com essa estratégia, a empresa desenvolve frentes de inovação como a Mina Concentrada, que busca otimizar o uso de energia e água. Já a Mina Sem Água adota processos com recirculação total dos recursos hídricos, eliminando o descarte. Com automação e sistemas digitais, a Mina Moderna amplia a segurança e reduz a exposição de pessoas a riscos. E a Mina Inteligente utiliza dados e inteligência preditiva para decisões em tempo real, tornando a operação mais ágil, sustentável e segura.
O programa reforça o papel estratégico da inovação na construção de uma mineração mais responsável — tanto do ponto de vista ambiental quanto social — e com impactos positivos que se estendem às comunidades onde a empresa opera.
Para Danielle Biajoli, a inovação precisa ser descomplicada e acessível: “Tentamos democratizar a inovação, por meio de exemplos simples. Claro que temos projetos de vídeo analytics, inteligência artificial, telescópios de raios cósmicos medindo massa de pilha de minério, mas a gente tem que trazer os exemplos simples para democratizar. Para que as pessoas possam compartilhar ideias e pensar coisas diferentes — e que elas possam trazer o simples também, a genialidade do simples”, almeja.
O portfólio de inovação da empresa conta com 260 projetos: 121 voltados à excelência operacional, 59 à sustentabilidade, 49 à segurança e 25 à cultura e pessoas. Ao todo, mais de 200 colaboradores estão diretamente envolvidos nas iniciativas.
Danielle Biajoli defende que inovar não é necessariamente criar algo inédito ou extremamente tecnológico, mas repensar processos, propor novas perspectivas e soluções simples que gerem valor real para as pessoas e para o negócio:
“As pessoas acham que inovação é contratar um robô da Nasa e usar tecnologia superdifícil, mas não é isso. A genialidade da inovação está no simples. Pessoas, processos e tecnologia precisam estar integrados na jornada de inovação. A tecnologia, apenas, não irá fazer a indústria avançar se as pessoas não estiverem juntas nesse processo”, finaliza.
Parcerias que geram resultados
Entre as ações de inovação desenvolvidas com a rede de parceiros, estão: Gestão de recursos hídricos: através de uma nova plataforma digital, criada em parceria com a startup Piagam, via Mining Hub, unificou bases de dados para melhorar a análise e a tomada de decisão sobre o uso da água.
Veja exemplo abaixo:

Economia circular: com apoio da Greenplat, a Anglo American mapeou e reaproveitou resíduos industriais, reduzindo emissão de CO₂, custos logísticos e gerando 536 toneladas de materiais reutilizados ao ano.
Desenvolvimento de mulheres líderes: a empresa mapeou desafios enfrentados por mulheres nos sites operacionais e propôs soluções como capacitação de cuidadores locais, transporte para filhos e campanhas sobre benefícios de saúde. A iniciativa visa aumentar a presença feminina em cargos de liderança.
Monitoramento de incêndios: uso de câmeras térmicas e imagens de satélite, em parceria com a startup Um Grau e Meio, para reduzir o tempo de resposta e aumentar a segurança ambiental.
Veja abaixo um exemplo do modelo de monitoramento:

Além disso, a empresa realizou, em 2025, mais uma edição do Demoday, evento que marca a conclusão dos ciclos de inovação. Nele, startups e equipes internas apresentam provas de conceito desenvolvidas para desafios reais, com transmissão ao vivo no YouTube. É um momento de conexão entre a inovação interna e o ecossistema externo, incluindo universidades e instituições como o IPT, Senai, Instituto Ahima, A-Celera e Amcham.
Confira no link abaixo a transmissão ao vivo do Demoday 2025:
Reconhecimento e impacto
Nos últimos quatro anos (2021 a 2024), a Anglo American esteve entre as 10 mineradoras mais inovadoras do país, segundo o ranking Top 100 Open Corps, e figura entre as 100 organizações mais abertas à inovação no Brasil.
As ações não ficam restritas à operação industrial. A inovação na Anglo American é parte de um plano mais amplo de transformação social e ambiental, sustentado por três pilares do seu Plano de Mineração Sustentável: Ambiente Saudável, Comunidades Prósperas e Liderança Corporativa de Confiança.
Com base no modelo de Desenvolvimento Regional Colaborativo, a empresa busca não apenas reduzir impactos, mas deixar legados positivos que ultrapassem o ciclo de vida das minas, criando cadeias de valor sustentáveis, incentivando economias locais e apoiando o crescimento social.
