Hoje continuamos em nossa jornada COP 30 e vamos falar sobre um tema que está no centro do debate para esta conferência de Belém: a adaptação climática. Sim, mitigação é diferente de adaptação. Mitigar é evitar o problema, ou seja, a redução das emissões de gases de efeito estufa, a substituição de fontes poluentes por fontes mais limpas ou mesmo promover a transição para uma economia de baixo carbono. Já adaptar é se ajustar aos danos e impactos que já estão acontecendo, como preparar as nossas cidades para enchentes ou secas mais frequentes e mais intensas.
E é justamente nesta perspectiva que a presidência da COP 30 acaba de divulgar sua oitava carta dedicada à comunidade internacional, e ela traz uma mensagem poderosa: a adaptação não é mais uma escolha que vem depois da mitigação. Ela é a primeira parte da nossa sobrevivência como espécie.
E, conforme destacado pelo presidente da COP 30, o embaixador André Corrêa do Lago, em cada momento decisivo, a nossa espécie conquistou seu lugar no planeta justamente através de adaptar, cooperar e transformar as nossas condições de vida.
Mas hoje essa realidade se revela novamente uma urgência, porque nós já saímos da era dos alertas e entramos na era dos impactos e das consequências. E os números são alarmantes: mais de 1 bilhão de pessoas vivem nesta pobreza multidimensional aguda. Mas, por trás desses números, existem vidas reais.
São pequenos empreendedores perdendo seus negócios, famílias deslocadas por enchentes, agricultores vendo seus campos secarem e crianças caminhando quilômetros em busca de água. A mudança do clima se tornou um multiplicador da pobreza e aprofunda ainda mais as nossas desigualdades.
Mas há uma boa notícia: adaptação também é um investimento inteligente. O Banco Mundial estima que medidas robustas de adaptação podem gerar até quatro vezes o seu custo em benefícios econômicos. Cada estrada resiliente, cada escola adaptada ao clima e cada sistema de alerta precoce se paga em perdas evitadas.
E a carta é clara: o financiamento precisa duplicar ou mesmo triplicar para atender às necessidades urgentes. E a COP será um ponto de virada para a adaptação, e o Brasil quer que Belém seja lembrada como a COP da implementação da adaptação, conectando justamente as discussões globais com soluções práticas nas cidades, nas comunidades e nos territórios.
E é justamente neste ponto que a nossa jornada COP 30, que se inicia nesta semana, se mostra divergente e relevante. Essa expedição de quase 3.000 km irá percorrer as vozes dos territórios e comunidades, conectando os aspectos locais a essa agenda climática global.
E lá no pavilhão de cidades resilientes, a ser instalado no centro da COP 30, a adaptação será justamente a principal orientação, com mais de 50 painéis e palestras que reunirão todo esse ecossistema da agenda urbana e de mudanças climáticas neste hub de cidades resilientes.
Então, continue conosco nessa jornada.
