Estreitar a relação entre jornalistas e o agronegócio para levar informação de qualidade ao público sobre um setor que movimenta trilhões da economia do país. Esse foi o objetivo do Seminário de Comunicação e Jornalismo do Agro, promovido pelo Sistema Faemg Senar, no BeFly Minascentro, nesta quinta-feira (30/10).
O encontro teve sete painéis com grandes nomes do agro, jornalistas, comunicadores e produtores de conteúdo para discutir inovação, informação de qualidade e o papel do agro na sociedade brasileira.
O presidente da Faemg, Antônio de Salvo, abriu o evento com a palestra “O Agro em um mundo complexo: estratégias de comunicação para novos desafios”. Ele destacou a importância de fortalecer os pilares da ponte entre o setor e o jornalismo.
“É preciso continuar estreitando essa comunicação tão necessária, para que o nosso povo — tanto quem mora no campo quanto nos grandes centros — conheça o que é o agro e o quanto ele é importante para Minas Gerais”, afirmou De Salvo.
A presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Katia Brembatti, destacou o papel do jornalismo de dados no combate à desinformação no setor. “É fundamental preparar as atuais e futuras gerações de jornalistas. O jornalismo de dados é uma área promissora, mas ainda pouco explorada, porque exige dedicação e preparo. Ele é fundamental para embasar e dar credibilidade a informação”, disse.
O uso da inteligência artificial como ferramenta de produção jornalística também esteve em pauta. O tema foi abordado pelo professor e doutor em Comunicação Fernando Moreira, especialista em IA. “Hoje é mais importante saber conversar com a inteligência artificial do que entender a tecnologia em si. Não existe prompt mágico, mas é essencial saber usar o recurso que é fundamental para termos o resultado esperado”, observou.
O ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, encerrou o ciclo de palestras, que teve entrada franca. Ele falou sobre a necessidade de mudar a linguagem do jornalismo e do próprio agro para mostrar a importância do setor, inclusive para os mais novos.
“Há uma distorção de visão em parte da sociedade. Muitos jovens entram nas universidades achando que o papel deles é se opor à agricultura e à pecuária. O Estado precisa reorganizar essa percepção, porque o agro é essencial para o país”, alertou.
Com mais de quinze anos de carreira, a jornalista e apresentadora Mari Palma falou sobre como criar narrativas autênticas nas redes sociais para aproximar o público do universo do campo. Já o doutor em Comunicação e especialista em IA Fernando Moreira abordou o impacto da inteligência artificial no jornalismo agro, os riscos à credibilidade e o uso ético da tecnologia.
O Seminário de Comunicação e Jornalismo do Agro também proporcionou experiência prática a estudantes de jornalismo. Alunos da PUC Minas, acompanhados pelos professores Getúlio Neuremberg e Luciana Fagundes, realizaram cobertura e entrevistas com os participantes.
“Foi uma grande sacada do seminário aproximar o jornalismo universitário de um setor ainda pouco conhecido da imprensa e da sociedade. É o setor que garante o nosso alimento de cada dia”, destacou o professor Getúlio.
 
															