No Visão Macro de hoje, vamos discutir um pouco mais sobre pesquisas eleitorais. Na verdade, discutir sobre a qualidade intrínseca dos resultados que temos visto ao longo de vários anos dos processos eleitorais, não só no Brasil, mas também no mundo. Isso é, parece que houve uma grande mudança na capacidade das pesquisas em capturar o real sentimento do votante.
Isso ocorre tanto pela disparidade — agora muito mais visível — do nível de pessoas que não querem votar, quanto principalmente daquelas que não querem declarar as suas preferências reveladas de voto de maneira concreta e real. Isso é o tal do shy vote.
As pessoas, a partir desse processo muito grande de divergência entre esquerda e direita, conforme a polarização aumenta, tendem a se manter mais caladas e a não revelar suas preferências em termos de candidato.
Isso tem ficado cada vez mais claro no mundo como um todo, seja na última pesquisa americana, que foi realmente acachapante, seja na pesquisa deste último final de semana, do final de outubro, em que Milei também teve uma vitória acachapante. Assim como no processo brasileiro que vemos ao longo do tempo e nos processos europeus. No caso, alguns centros têm tentado, de alguma maneira ou de outra, atrapalhar o processo em si por vieses ideológicos.
Isso leva a uma piora qualitativa da perspectiva crível de cada uma dessas pesquisas ao longo do tempo. Aqui no Brasil temos vários centros desse tipo, assim como no mundo afora. É importante que as pesquisas não reflitam nas perguntas vieses ideológicos, mas mantenham o dado quantitativo estratificado de maneira bastante específica.
Por exemplo, talvez uma pergunta mais inteligente seja analisar qual é a capacidade de imersão de voto que um candidato tem em si, não olhando simplesmente para rejeição ou para aprovação, mas olhando para a pergunta: o voto pode mudar ao longo do tempo? E por que isso é importante? Porque sacramenta o olhar para o eleitor médio, não necessariamente para os extremos que são muito cristalizados, seja para um lado ou para o outro.
Seja a extrema esquerda ou seja a extrema direita ao longo do tempo. É importante separarmos qual é o voto qualitativo pensando no eleitor médio, olhando para a sua própria qualidade de vida. E é importante também separarmos que, ao longo do tempo, o processo de entrega de benefícios pelo Estado não reflete mais automaticamente em conversão de votos como era antes.
As informações mudaram, e os próprios conceitos econômicos e sociais associados, demandados por cada população, a partir da situação presente, também mudam.
Aqui é importante olharmos as pesquisas eleitorais sem viés ideológico e sim pelo extrato qualitativo e quantitativo bem estruturado, tentando eliminar a ausência de vontade do eleitor em revelar sua preferência, principalmente pelo aumento da polarização. Isso é muito importante para olharmos para frente, e necessariamente precisamos discutir muito sobre isso. Por quê?
Sem votar com consciência, sem votar bem, olhando para o futuro, nunca vamos sair dessa penúria que significa o processo de perda de poder de compra e piora do cenário econômico e social em que vivemos. Tenhamos muito mais consciência também na análise de que as pesquisas eleitorais não capturam, com certeza, o voto real das pessoas.
E, se acreditamos no processo democrático, devemos acreditar que as urnas, de fato, correspondem ao símbolo da resposta da economia como um todo através do processo político. A melhoria é necessária sempre, assim como a transição de poder. I don’t know.
