Consome óleo de canola? É um óleo vegetal, promovido como boa opção para o coração, saudável e tal. Mas você sabe de onde ele vem? Se eu te dissesse que canola não é uma planta? Pois é. Canola, na verdade, é uma sigla criada pela indústria alimentícia para designar um alimento produzido por modificação genética. Você acredita?
Olha, o óleo de girassol vem da semente do girassol. O óleo de soja vem da semente da soja.
Mas e o óleo de canola vem de onde? Porque não existe na natureza uma planta chamada canola. Canola é uma sigla que significa Canada Oil Low Acid, ou seja, “óleo canadense de baixa acidez”.
Na origem, o óleo de canola é produzido a partir de uma planta chamada colza, de caule verde e flores bem amarelas. Na Suíça, onde moramos por 7 anos, nossa casa era rodeada por campos de colza. É um cultivo muito bonito — parece que a terra foi coberta por uma grande bandeira do Brasil.
O óleo da colza é usado há milhares de anos, só que como combustível de lamparinas e lubrificante de motores, como biodiesel. A colza tem alta concentração de ácido erúcico, que pode ser tóxico ao organismo humano. Mas, como era um óleo abundante e fácil de obter, a indústria alimentícia quebrou a cabeça para torná-lo próprio ao consumo humano.
Até que, em 1970, os pesquisadores Keith Downey e Balder Stephenson, da Universidade de Manitoba, no Canadá, chegaram a uma versão geneticamente modificada da colza, com teor de ácido erúcico inferior a 2%. A associação de produtores batizou o novo óleo — e o novo cultivo modificado — como canola: Canada Oil Low Acid.
Agora, planta chamada “canola”, de fato, não existe na natureza.
E aí, curtiu a história?
