Uma imagem captada no coração do Parque Estadual do Rio Doce, no Sudoeste de Minas, acaba de colocar o estado no radar mundial da fotografia. O registro de uma onça-pintada feito pelo fotógrafo brasileiro Fernando Faciole foi escolhido pela National Geographic como uma das 25 melhores fotos de 2025, mérito reservado a poucos nomes do universo audiovisual.
A cena foi registrada quase por acaso. Fernando monitorava a toca de um tatu-canastra quando, silenciosamente, a onça surgiu entre as sombras da Mata Atlântica. A aparição da espécie, cada vez mais rara no bioma, transformou o momento em um dos cliques mais impressionantes do ano, agora eternizado na lista Pictures of the Year.
Segundo a National Geographic, a seleção de 2025 reflete um mundo em rápida mudança e reforça a urgência de preservar ecossistemas ameaçados. As 25 fotos escolhidas vêm de mais de 20 países, mas foi a força da fauna mineira que garantiu um dos lugares mais disputados. Além da onça-pintada, a seleção apresenta uma baleia cachalote em meio a fragmentos de gelo polar, um festival religioso realizado na Índia, entre outros.
Arte e preservação
Bolsista da National Geographic Society, Fernando Faciole atua na documentação do Projeto Tatu-canastra e dedica sua carreira a aproximar o público da conservação ambiental. Há mais de 15 anos na estrada, ele evoluiu da fotografia de vida selvagem para o que chama de “fotografia de conservação”, unindo estética e ciência para contar histórias da natureza.
Com trabalhos já publicados na National Geographic Brasil, na BBC Wildlife Magazine e prêmios como o Panda Awards, o fotógrafo segue ampliando o alcance da biodiversidade brasileira. Todo esse trabalho fez o artista figurar, em 2024, na Forbes Under 30, lista anual que destaca jovens que se destacam em inovação, impacto e liderança em diversas áreas. E, desta vez, fez Minas brilhar no mapa da preservação.
Sobre o Parque Estadual do Rio Doce
Administrado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), o Parque Estadual do Rio Doce combina a preservação da Mata Atlântica com pesquisas, monitoramentos e ações públicas voltadas à proteção de espécies ameaçadas.
Reconhecido como o maior remanescente contínuo de Mata Atlântica em Minas, a unidade de conservação (UC) abriga o terceiro maior conjunto de lagos do país. Criado em 1944, foi a primeira UC do estado e ocupa áreas de Dionísio, Marliéria e Timóteo, no Vale do Aço.
Com quase 36 mil hectares e mais de 40 lagos espalhados pela paisagem, o parque é um dos últimos refúgios da onça-pintada na região, reforçando a importância ecológica do local.
