O Japão deu o passo definitivo nesta segunda-feira (22/12) para permitir que a maior usina nuclear do mundo retome suas operações, quase 15 anos após o desastre de Fukushima paralisar o setor no país. A assembleia da província de Niigata aprovou a reativação do complexo de Kashiwazaki-Kariwa, localizado a cerca de 220 km de Tóquio.
A decisão marca um retorno controverso: a usina será a primeira a ser operada pela Tokyo Electric Power Co (Tepco) desde 2011. A empresa é a mesma que administrava a usina de Fukushima Daiichi quando ocorreu o pior desastre nuclear desde Chernobyl. A previsão é que o primeiro dos sete reatores seja ligado já em 20 de janeiro.
Divisão e medo
A retomada visa reduzir a dependência japonesa de combustíveis fósseis importados, mas enfrenta forte resistência local. Uma pesquisa recente apontou que 60% dos moradores não acreditam que as condições de segurança foram atendidas, e quase 70% expressaram preocupação com a gestão da Tepco.
Do lado de fora da assembleia, manifestantes seguravam faixas contra a medida. Ayako Oga, que fugiu de Fukushima em 2011 e hoje vive em Niigata, lamentou a decisão: “Conhecemos, em primeira mão, o risco de um acidente nuclear e não podemos ignorá-lo”.
