O CSO (Chief Sports Officer) do Atlético, Paulo Bracks, admitiu que o clube atravessa uma situação financeira delicada nesta temporada, marcada por altos gastos, atrasos em receitas e a necessidade de ajustes no elenco.
“Não posso entrar em questões pontuais. Dentro de uma realidade do clube, de recebimentos e pagamentos, o Atlético sempre honrou seus compromissos. Mas hoje atravessa uma dificuldade. O torcedor precisa saber que a situação hoje é delicada, o que não significa que amanhã continuará sendo”, disse Bracks, em entrevista ao jornal O Tempo, nesta sexta-feira (30/05).
Ao chegar ao Atlético, Bracks ressaltou que havia uma bolha financeira que poderia estourar a qualquer momento no futebol brasileiro. Ele se refere aos altos salários praticados em relação aos jogadores das duas principais divisões do país e voltou a tratar do tema durante a entrevista.
Bracks também ponderou que, da mesma forma que o Galo deve a alguns clubes e agentes, outros clubes do Brasil também devem, inclusive ao Atlético. O dirigente detalhou os fatores que ocasionaram as dificuldades financeiras do clube neste início de temporada.
“Não sou especialista em finanças, mas tivemos, este ano, o atraso na abertura da Arena — esses milhões não recebidos. E ouço, desde que cheguei, que há uma expectativa de captação no mercado. Ano passado teve arrecadação recorde, mas também pagamento recorde. Temos um valor alto de juros que atrapalha o financeiro. Essa equação exigência x dívida é um desafio que eu e minha equipe temos”, completou Bracks.
Outros pontos abordados na entrevista
Rubens pode sair
“É um atleta de quem não temos interesse em nos desfazer agora. Sabemos da valorização dele e da importância para o clube. Não vou abrir nomes nem número de jogadores. Quando se faz isso, cria-se uma expectativa que podemos não alcançar. Eu dependo dos movimentos de saída, nosso elenco é visado. Trouxemos o Dudu, que faz mais de uma função na frente, e vamos buscar mais atletas assim. Vamos corrigir alguns ajustes necessários. Tivemos algumas procuras. Estamos no meio da temporada, entendemos que temos um elenco para buscar ajustes e estamos abertos para saídas. Não temos interesse em vender os principais jogadores, a não ser que sejam propostas irrecusáveis.”
Possíveis chegadas
“Hoje temos a necessidade de um elenco mais forte, para cobrir eventuais saídas. Sobre vendas ou compras, não posso aumentar a dívida. Estamos administrando. Entendemos a necessidade, sabemos das lacunas e queremos manter a esportividade em alta. Vamos usar estratégia e ser criativos.”
Saídas do elenco
“Todas essas saídas foram debatidas entre diretoria e comissão. Muitas foram decisões dos próprios jogadores. Às vezes, a reposição naquele momento não é uma necessidade que entendemos, mas pode vir a ser no futuro. Tivemos algumas saídas que poderíamos ter reposto e que agora ainda podemos. Estamos sempre abertos a corrigir decisões passadas, caso identifiquemos a necessidade mais à frente. Todas as decisões foram debatidas. Não somos engenheiros de obra pronta para saber hoje o que podíamos ter feito.”