Presidente do Cuiabá expõe dívida do Atlético na compra de Deyverson

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Cristiano Dresch, presidente do Cuiabá, foi entrevistado no 98 FC desta quarta-feira (12/03). (Foto: Reprodução/Cuiabá).

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A compra de Deyverson pelo Atlético junto ao Cuiabá segue sem pagamento. A transferência, acertada na janela do meio do ano passado e que pode chegar a cerca de R$ 4,6 milhões, está na CNRD (Câmara Nacional de Resolução de Disputas). O presidente do clube mato-grossense detalhou o andamento do caso e a falta de pagamento do Atlético pelo atacante.

“Recebo críticas de torcedores por querer receber o que é meu direito e o que preciso. O Atlético é um clube muito maior que o Cuiabá, tem receitas muito maiores. Mesmo assim, comprou um jogador nosso parcelado. Vendemos o Deyverson em cinco prestações, se não me engano. Para o Atlético, esse valor é pequeno, acho que arrecadam isso em um jogo na arena. Foram R$ 4,6 milhões, e ainda flexibilizamos o pagamento. Demos essa possibilidade a um clube que fatura seis ou sete vezes mais que o Cuiabá”, disse Cristiano Dresch, em entrevista ao programa 98 Futebol Clube, da Rede 98.

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Cristiano explicou que o Atlético pagou apenas a entrada de R$ 500 mil para liberar Deyverson. Depois disso, o Galo não cumpriu os compromissos firmados.

“A segunda parcela venceu três meses depois, não foi questão de uma semana ou dez dias. Enviamos mais de uma notificação, mas o Atlético simplesmente nunca respondeu. Só se manifestaram depois que o assunto vazou para a imprensa”, disse o dirigente, que criticou a postura do clube mineiro:  “Temos que parar com essa ideia de que assinar um documento e não cumprir não é um problema. Isso é falta de responsabilidade. Acho até que falta um pouco de ética. Se eu estivesse na posição do Atlético, me sentiria envergonhado de passar por isso.”

‘Já deu muito mais retorno’

Deyverson foi decisivo para o Galo nas quartas e semifinais da Libertadores do ano passado, contra Fluminense e River Plate, marcando gols importantes que ajudaram o time a chegar à final do torneio continental.

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“O Deyverson já deu muito mais retorno ao Atlético do que o que foi pago ao Cuiabá. As pessoas precisam levar o futebol mais a sério, senão vira essa bagunça. Já tivemos outro caso de um clube tentando vender um jogador sem tê-lo pago”, completou.

O Cuiabá acionou a CNRD para tentar receber os valores devidos pelo Galo. Cristiano Dresch afirmou que o Atlético não precisa esperar uma decisão da Câmara Nacional de Resolução de Disputas para quitar a dívida.

“O Atlético não precisa esperar a CNRD. Pode propor um acordo diretamente ao Cuiabá. Essa história de que tem que aguardar é conversa fiada”, afirmou.

Nos últimos dias, surgiram rumores de que Deyverson interessa ao Fortaleza. Sobre uma possível negociação, o presidente do Cuiabá foi enfático: “Se o Atlético quer vender o Deyverson ao Fortaleza, não há nada que eu possa fazer. O jogador pertence a eles. Mas a situação é complicada: compram um atleta e não pagam? Como fica isso?”

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Cristiano Dresch finalizou a entrevista com um apelo. “Essa situação precisa ser resolvida. O Cuiabá, hoje na Série B, precisa muito desse dinheiro”, disse.

O caso Deyverson

Na janela de transferências do meio do ano passado, o Atlético comprou Deyverson por cerca de R$ 4 milhões, com pagamento previsto em quatro parcelas: agosto, setembro, outubro e novembro. No entanto, o clube não cumpriu o acordo e atrasou a primeira prestação.

O contrato previa que, caso a primeira parcela não fosse paga no prazo, todas as demais venceriam automaticamente. Foi exatamente o que aconteceu.

Após a repercussão do caso, o Atlético procurou o Cuiabá para negociar o pagamento da parcela vencida e tentar seguir o cronograma original. Porém, o Dourado não aceitou a proposta e levou o caso à CNRD, acrescentando juros ao valor inicialmente combinado.

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Rafa Silveira

Jornalista formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). Durante dois anos, foi produtor e redator do programa 98 Esportes, até migrar, em 2024, para a equipe digital da emissora. Hoje, dedica-se à cobertura do futebol brasileiro e internacional, fazendo do jornalismo esportivo sua grande paixão.

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