Uma reportagem publicada pela Revista Piauí nessa quinta-feira (13/2) movimentou o universo da bola. No texto em questão, o jornalista Allan de Abreu afirma que o Cruzeiro estaria envolvido em um esquema de lavagem de dinheiro do PCC na compra do atacante Diogo Vitor, joia da base do Santos, em 2021.
A negociação a que se refere a reportagem ocorreu entre o clube mineiro e o empresário do jogador, William Barile Agati, que teria envolvimento no crime organizado de narcotráfico.
Na matéria, o jornalista afirma que o Cruzeiro recebeu, na negociação, R$ 3 milhões de contas bancárias vinculadas a empresas de Diogo Vitor. Ainda de acordo com a reportagem, a Raposa teria, ainda, devolvido o valor de R$ 1,5 milhão para a conta pessoal do empresário e de outra empresa dele.
Em nota divulgada à imprensa, nesta sexta-feira (14/2), o Cruzeiro se defendeu das acusações de lavagem de dinheiro e disse que “o empréstimo de fato existiu e foi exatamente desta forma registrado em todos os documentos contábeis e financeiros do Cruzeiro em 2021”.
“O contrato registrou o valor de cinco milhões de reais, e não três milhões como citado na matéria. Todas as transações desta operação foram feitas de forma eletrônica, logo, facilmente identificadas por instituições bancárias ou até mesmo pela Polícia Federal, assim como adequadamente registradas em nossos Balanços”, acrescentou o clube.
O Cruzeiro disse, ainda, que a Polícia Federal ainda não procurou a SAF para pedir esclarecimentos. “Tão logo isso ocorra, se ocorrer, toda a farta documentação e comprovantes existentes serão disponibilizados porque, reiteramos, nada foi feito fora do previsto pela legislação e pela legalidade”, informou.
Pronunciamento de Sérgio Santos Rodrigues
Pelas redes sociais, Sérgio Santos Rodrigues, que presidia o Cruzeiro na época da transação, também se manifestou sobre o caso. No Instagram, ele compartilhou um print de uma conversa entre ele e o jornalista Allan de Abreu, autor da reportagem.
“O referido ‘jornalista’ inclusive foi pessoalmente atendido para elucidar os fatos e dispensou o envio de documentos que comprovam toda a realidade do caso, contentando-se em soltar sua ‘estória’ da forma que lhe rende mais repercussão, inclusive tendo publicado a mesma poucos minutos após ser atendido, o que mostra que sua preocupação jamais foi ouvir a verdade dos fatos”, disse Sérgio, em publicação.
Segundo o ex-presidente, a relação entre William e Cruzeiro foi estabelecida em um contrato de mútuo, no valor de R$ 5 milhões, e não de R$ 3 milhões como noticiado).
Sérgio explica que Willian queria uma oportunidade para o atleta Diogo Vitor e o clube, então, cedeu seu Centro de Treinamento para que ele pudesse restabelecer sua forma física e, talvez, jogar.
“Willian emprestou o valor ao clube a uma taxa de 0,8 % por mês, conforme consta no contrato, e ao longo do tempo recebeu todo este valor, sendo parte dele na gestão de Sérgio Santos Rodrigues e parte na gestão de Ronaldo, cuja equipe quitou integralmente o mútuo quando assumiu a gestão do clube”, disse Sérgio.
O ex-presidente do Cruzeiro disse esperar uma retratação do jornalista e da Revista Piauí pela publicação, que classificou como “extremamente sensacionalista e inverossímil”.
“O mesmo dinheiro aportado voltou ao seu titular. Não existe lavagem nessa lógica. Existe má intenção de um mal (e mau) profissional. Em breve a justiça tomará conta disso”, finalizou.