Vídeos que circulam no TikTok nos últimos dias chamaram atenção ao trazer alertas sobre o “arrebatamento”, uma profecia do fim dos tempos que, segundo alguns grupos evangélicos, poderia acontecer em 23 ou 24 de setembro de 2025.
A onda de conteúdos foi impulsionada pela previsão de um pastor sul-africano, divulgada no YouTube, mas também se conecta a contextos atuais, como a guerra em Gaza e discursos religiosos ligados a eventos no Oriente Médio.
O que é o arrebatamento?
O termo não aparece literalmente na Bíblia, mas é interpretado por alguns cristãos como uma etapa do fim dos tempos. De acordo com essa crença, os “verdadeiros cristãos” seriam elevados aos céus para encontrar Jesus, enquanto os demais ficariam na Terra enfrentando pragas, guerras e desastres.
O que dizem os vídeos no TikTok
Em uma das publicações mais vistas, uma jovem chora ao pedir que sua amiga “se arrependa para não ser deixada para trás”. Outro vídeo, de uma conta chamada Christianquotes89, traz dois homens explicando aos “não crentes” o que fazer quando os cristãos desaparecerem:
“Todos nós que colocamos a fé em Jesus fomos levados para o céu. Quem ficou vai enfrentar um período pior do que qualquer outro já vivido pela humanidade”, alertam.
Quantas pessoas acreditam nisso?
Embora cause surpresa em parte do público, a crença no arrebatamento não é rara. Segundo pesquisa do Pew Research Center, quase metade dos cristãos nos EUA (47%) acredita que já vivemos os “tempos finais”.
A pesquisa mostra ainda que essa visão influencia até questões práticas: entre os que acreditam no fim dos tempos, apenas 51% veem a mudança climática como “muito séria”, contra 62% dos demais.
A profecia vai se cumprir?
O pastor sul-africano Joshua Mhlakela disse em junho que o arrebatamento poderia ocorrer em 23 ou 24 de setembro. O vídeo já soma mais de 560 mil visualizações.
Mas previsões do tipo existem desde o século XIX. Livros e filmes populares ajudaram a reforçar a narrativa, como The Late Great Planet Earth, de Hal Lindsey, e a série Left Behind, que chegou ao cinema com Nicolas Cage.
Especialistas lembram que contextos de guerra e instabilidade frequentemente alimentam esse tipo de crença.