Levantamento divulgado nessa segunda-feira (14/4), pelo programa Polos de Cidadania, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), revela que, no Brasil, existem 335.151 pessoas vivendo nas ruas. Belo Horizonte é a terceira capital com maior população de rua: são 14.454 no total.
A pesquisa foi realizada pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua (OBPopRua/Polos-UFMG) com os números de pessoas em situação de rua registradas no CadÚnico em março de 2025.
Os dados da pesquisa foram analisados por Paulo Leite, Gustavo Figueroa e Antônio Claret Jr., no 98 Talks desta terça-feira (15/4). Na visão dos comentaristas, a cidade carece de políticas públicas voltadas para essa população. Além disso, reforçaram que o cuidado com as pessoas em situação de rua é fundamental para o bem comum da cidade como um todo.
Para Figueroa os dados são graves e escancaram um problema com várias faces. “Há uma complexidade muito grande das justificativas (para pessoa estar em situação de rua) e do ponto de vista de saúde pública. Grande parte dessas pessoas é de dependentes químicos, outras pessoas estão nas ruas por questões psicológicas e outras por escolha, inclusive, por incrível que pareça, né?”, disse.
A possível solução para este cenário, como apontado por Paulo Leite e Figueroa, são políticas públicas efetivas que acolham essas pessoas. “Belo Horizonte não tem sequer o cadastro desses moradores. Conversando com pessoas que vêem essa situação, elas entendem que essa situação é no Brasil inteirinho. Identifiquei que a primeira questão é um cadastro individualizado. A prefeitura de Belo Horizonte tem que saber um por um quem são os moradores de rua com o cadastro”, afirmou Paulo.
Antônio Claret Jr. ainda acrescentou a possibilidade de construção de espaços que abriguem as pessoas de forma digna. Desta forma, o poder público ofereceria um cuidado paliativo para com a população em situação de rua, além de garantir a melhoria da segurança dos cidadãos belorizontinos.