A forte chuva que atingiu Belo Horizonte entre a noite dessa sexta-feira (12/12) e a madrugada deste sábado (13/12) provocou enxurradas, alagamentos e prejuízos para comerciantes em diferentes regiões da capital. Vias ficaram tomadas pela água, estabelecimentos foram invadidos e moradores viveram momentos de apreensão.
Na avenida Bernardo de Vasconcelos, no bairro Ipiranga, o transbordamento do córrego Cachoeirinha voltou a causar transtornos. Comerciante há cinco anos no local, João Carlos relata que a situação se repete há anos e gera prejuízos constantes aos lojistas da região.
“É um absurdo o volume de água. Parece um mar dentro de Belo Horizonte”, diz o empresário, destacando o sentimento de frustração e descaso. Segundo ele, a água chega à porta, e às vezes ao interior das lojas, danificando produtos e obrigando comerciantes a descartar mercadorias.
Situação semelhante foi registrada na rua Alberto Cintra, no bairro União, onde bares e restaurantes também foram afetados pela enxurrada. Proprietário do restaurante Canabrava, André Simão contou que o problema ocorre quase todos os anos desde que se instalou na via.
“Já estou na Alberto Cintra há oito anos e quase todo ano essa situação se repete. Isso assusta muito o nosso público”, desabafa o comerciante. Com a chuva dessa sexta, carros e motos ficaram submersos na região. Alguns veículos precisaram ser rebocados, e funcionários tiveram prejuízos materiais significativos, segundo Simão.
Estrago em números
Além dos danos ao comércio, a tempestade causou impactos em toda a cidade. O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais recebeu cerca de 115 chamados relacionados à queda de árvores em Belo Horizonte e na região metropolitana.
De acordo com a Defesa Civil municipal, o temporal também destelhou ao menos 12 imóveis e provocou danos ou destruição de uma edificação e de uma habitação. Equipes seguem monitorando áreas de risco, enquanto comerciantes contabilizam prejuízos e cobram soluções.
Previsão é de mais chuva
A Defesa Civil emitiu novo alerta de pancadas de chuva, válido até às 8h do domingo (14/12). Há possibilidades de raios e rajadas de vento em torno de 50 quilômetros por hora. A precipitação deve ser em torno de 30 a 50 milímetros.
Veja as recomendações do órgão para a população durante o período:
- Redobre a sua atenção! Evite áreas de inundação e não trafegue em ruas sujeitas a alagamentos ou perto de córregos e ribeirões nos momentos de forte chuva;
- Não atravesse ruas alagadas nem deixe crianças brincando nas enxurradas e próximo a córregos;
- Não se abrigue nem estacione veículos debaixo de árvores;
- Atenção especial para áreas de encostas e morros;
- Nunca se aproxime de cabos elétricos rompidos. Ligue imediatamente para CEMIG (116) ou Defesa Civil (199);
- Se notar rachaduras nas paredes das casas ou o surgimento de fendas, depressões ou minas d’água no terreno, avise imediatamente a Defesa Civil;
- Em caso de raios, não permaneça em áreas abertas nem use equipamentos elétricos.
