Ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil disse nesta terça-feira (19/8) que se aliou ao PT, durante a candidatura ao Governo de Minas Gerais, “porque quis” ou porque teve “maus conselheiros”. A declaração foi dada durante entrevista na 98 News. Kalil ainda falou sobre ter deixado uma Belo Horizonte melhor do que encontrou. Ele ainda comentou sobre o projeto de Tarifa Zero, o qual considera inviável financeiramente.
“Eu enfrentei uma pandemia e uma chuva nunca vista na história de Belo Horizonte. Então, eu não pude ficar muito tempo planejando embelezar e melhorar a qualidade de vida. Nós íamos se preocupar e salvar vidas. Mas acredito que dentro do que eu pude fazer eu entreguei uma cidade melhor do que eu peguei”, afirmou.
Questionado sobre propostas de flexibilização urbanística na capital mineira, Kalil rejeitou a ideia de permitir, por exemplo, prédios de 50 andares na cidade. “Um prédio de 50 andares não começa na fundação do prédio, começa no metrô de dois pavimentos embaixo dele. Nós estamos falando de uma cidade que foi planejada, não de uma Dubai que entra para dentro do mar. O problema não é o prédio de 50 andares, o problema é o que vai ter que andar embaixo”, pontuou.
Tarifa zero e transporte coletivo
Sobre o debate em torno do transporte público gratuito, a chamada Tarifa Zero, Kalil defendeu que a discussão seja feita, mas apontou inviabilidade financeira. “Eu acho que não tem almoço de graça, alguém vai pagar esse almoço. Se você está falando em pagar tarifa, vai ter que tirar ou do posto de saúde, ou da escola, ou da merenda, porque o dinheiro não vai brotar aqui”, afirmou.
Kalil também criticou a relação histórica da prefeitura com empresários de ônibus.“Sentar com empresário de ônibus precisa de autoridade, moral e coragem. Eu sentei e, sem pagar um tostão a mais, entrou ar-condicionado, suspensão a ar, porque aqui senão não emplaca. Foram quatro anos sem aumento porque tinha uma gordura para queimar. Agora, sem moral, sem o olho em cima, não funciona”, disse.