As ruas de Belo Horizonte foram palco, neste domingo (17/8), de manifestações pedindo justiça pelo assassinato do gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos. Os atos aconteceram em diferentes pontos da cidade, de forma pacífica.
Na Feira Hippie, na avenida Afonso Pena, região Central, moradores carregaram flores e faixas, além de bater tambores em homenagem ao trabalhador da limpeza urbana. O clima foi de emoção e indignação; “Exigimos justiça por Laudemir”, dizia uma das faixas.
Já na Arena Independência, durante a partida entre Cruzeiro e Bragantino, pelo Campeonato Brasileiro Feminino, torcedores estenderam faixas nas arquibancadas com mensagens em memória de Laudemir e cobrando punição para o suspeito do crime.
O caso
O gari Laudemir de Souza Fernandes foi morto na manhã de segunda-feira (11/8), no bairro Vista Alegre, região Oeste de Belo Horizonte. Ele teria tentado defender uma colega, motorista do caminhão da coleta de lixo, durante uma discussão de trânsito com o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos.
Segundo a ocorrência, o empresário sacou uma arma e ameaçou atirar contra a condutora do caminhão da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU). Em seguida, ele disparou contra Laudemir, que trabalhava na coleta. O gari foi atingido na região do tórax, chegou a ser socorrido e levado ao Hospital Santa Rita, em Contagem, mas não resistiu.
A Polícia Militar conseguiu capturar Nogueira Júnior a partir da placa do carro, além de imagens de câmeras e radares. Ele foi preso em uma academia no bairro Estoril, região Centro-Sul da capital.
Na quarta-feira (13/8), após audiência de custódia, a prisão em flagrante foi convertida em preventiva. A Polícia Civil apura se o empresário tinha porte de armas e investiga a informação de que ele teria usado a arma da esposa, que é delegada.
Em depoimento, o suspeito negou o crime.