O Pix chega ao quinto aniversário neste domingo (16/11), consolidado como o principal meio de pagamento do país. Lançado pelo Banco Central (BC) em novembro de 2020, o sistema de transferências instantâneas movimentou R$ 26,4 trilhões em 2024 — valor equivalente a quase dois PIBs e meio do Brasil. Em 2025, o ritmo segue acelerado: R$ 28 trilhões transacionados apenas até outubro, segundo a plataforma do BC.
O desempenho confirma a rápida adesão dos brasileiros ao serviço e a mudança estrutural provocada no setor financeiro. “Por um lado, teve essa redução de custo de distribuição de dinheiro. Do outro, houve esse aumento da fatia de clientes e do consumo. E, como o Pix trouxe muita concorrência ao sistema de pagamentos, acabou havendo uma redução de tarifas”, afirma Renato Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do BC.
Crescimento explosivo
Desde o lançamento, o Pix se expandiu de forma contínua e acelerada. No primeiro mês e meio de funcionamento do recurso, ainda em 2020, o BC registrou 2,15 bilhões de transações. No ano seguinte, esse número saltou para 9,4 bilhões. Entre 2020 e 2024, o crescimento acumulado foi de 578,7%, chegando a 63,8 bilhões de operações.
A trajetória se mantém em 2025. Entre 1º de janeiro e 31 de outubro, o Pix já contabiliza 64,7 bilhões de transações, superando o volume do ano anterior e caminhando para um novo recorde histórico. Em 6 de setembro, o sistema alcançou um marco significativo: 290 milhões de operações em apenas 24 horas, movimentando R$ 164,8 bilhões.
Inclusão financeira e novas funcionalidades
Idealizado inicialmente para facilitar transferências entre pessoas físicas, o Pix teve alcance ampliado com novas funções, como Pix Cobrança, equivalente ao boleto, e Pix Automático, que funciona como débito automático. Hoje, o sistema é usado por 170 milhões de adultos e mais de 20 milhões de empresas, reforçando o papel do recurso como ferramenta essencial da economia digital brasileira.
Para especialistas, o impacto vai além da praticidade. “O Brasil desenvolveu um meio de pagamento que oferece uma série de vantagens. O Pix é ágil, promoveu um processo de bancarização, de inclusão de pessoas que não tinham conta. E faz parte da lógica de concorrência oferecer um produto cada vez melhor”, afirma Cristina Helena Mello, economista da PUC-SP.
Embora ainda esteja na “infância”, o Pix já parece integrado ao cotidiano há muito mais tempo, tamanha a adesão do público. A rapidez com que se tornou hábito revela o peso que o sistema ganhou na vida financeira dos brasileiros. Daqui pra frente, fica o desafio de acompanhar a maturidade do recurso e preparar plataformas para demandas cada vez mais complexas.
Com agências
