A Cemig inaugurou recentemente a Superintendência Regional Centro como parte de um plano maior de investimentos e reestruturação da companhia. A nova unidade, com sede em Belo Horizonte, abrange 61 municípios e busca reforçar o atendimento, acelerar respostas a ocorrências e qualificar a entrega de energia elétrica para quase 3 milhões de clientes da região.
Em entrevista à 98 News, nesta quarta-feira (11/6), o superintendente Ernando Braga explicou como essa descentralização está conectada à meta de transformar o relacionamento da empresa com os consumidores.
Investimento e reorganização
Segundo Ernando, o novo ciclo tarifário marca o maior volume de investimentos da história da Cemig. “Nós saímos de uma média de 6 bilhões no ciclo de cinco anos para mais de 23 bilhões. Em 2023, executamos 3,7 bilhões; em 2024, são 4,2 bilhões. O objetivo é melhorar a qualidade do nosso produto principal, que é a energia elétrica, e a prestação de serviço.”
Ele aponta que apenas investimento financeiro não seria suficiente. A empresa também passou por um processo de redistribuição territorial. “O Estado foi dividido em seis partes semelhantes. A Regional Centro concentra quase um terço dos clientes da Cemig em Minas Gerais, com cerca de 3 milhões de consumidores.”
Atendimento mais próximo
A estrutura regionalizada inclui três gerências específicas: uma para Belo Horizonte, outra para Betim e entorno (como Contagem e Nova Lima) e uma terceira sediada em Sete Lagoas, que cobre também cidades como Curvelo e Diamantina. Ernando afirma que a mudança busca responder de forma mais eficiente às demandas locais.
“Nós já reunimos com prefeitos, vereadores, entidades e comunidades. O nosso principal objetivo é estar próximo do cliente para entender os problemas e levar um atendimento de excelência”, afirma.
O contato com o cidadão continua centralizado pelos canais da companhia, como o telefone 116, redes sociais e o WhatsApp (3506-1160). “Temos um serviço novo, muito eficiente, via WhatsApp. A primeira coisa é ter excelência no nosso atendimento. Gerou o serviço, ele cai para a operação, que é a minha atividade”, explica.
Atualmente, a força de trabalho da Regional Centro ultrapassa dois mil empregados.
Relacionamento com o poder público
A nova estrutura também prevê mais agilidade na resposta a prefeituras e demandas de maior escala. “Nós temos uma equipe especializada no relacionamento com o poder público. Mas não adianta ter um bom relacionamento com prefeitos se não houver operação eficiente. Essa reestruturação proporciona isso.”
Segundo ele, as visitas institucionais feitas nos primeiros meses de 2025 foram acompanhadas por representantes do setor comercial da Cemig.
Expansão, agronegócio e infraestrutura
Ernando destaca que a expansão da rede envolve subestações mais compactas e eficientes, adaptadas para áreas urbanas e rurais. “O Minas Mais Energia prevê 200 subestações. Já construímos e inauguramos 135.”
Para áreas rurais, há dois programas específicos. Um deles é o Minas Trifásico, que transforma 30 mil quilômetros de rede monofásica em trifásica. “Isso vai trazer desenvolvimento para o meio rural.” O outro é o Cemig Agro, com foco exclusivo no atendimento ao produtor. “Contratamos 228 eletricistas próprios, dividimos o estado e criamos novas bases de atendimento.”
Expectativa de melhoria na percepção do serviço
Questionado sobre o desafio de atender a uma região com volume elevado de reclamações, Ernando foi direto. “Temos reclamações, mas o nosso principal objetivo com esse plano robusto de investimento é transformar a qualidade do nosso produto. E com isso, eu não tenho dúvida, teremos a plena satisfação dos nossos clientes.”