A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) se manifestou contrária ao reajuste das tarifas do transporte público anunciado para Belo Horizonte e Região Metropolitana.
As tarifas dos ônibus da capital mineira terão aumento de até 8,7% a partir de 1º de janeiro de 2026, atingindo o transporte convencional, as linhas circulares e alimentadoras e o transporte suplementar. O sistema metropolitano também será reajustado, com alta próxima a 9%, válida a partir de 9 de janeiro.
Os novos valores foram oficializados por meio de portaria da Superintendência de Mobilidade do Município de Belo Horizonte (Sumob).
Segundo a Fiemg, o aumento é excessivo quando comparado à inflação e a outros indicadores econômicos. Nos 12 meses até novembro de 2025, a inflação na Região Metropolitana de Belo Horizonte foi de 3,81%, percentual significativamente inferior ao reajuste anunciado. A entidade também destaca que o aumento não se justifica pela variação do preço do óleo diesel, que teve alta de apenas 1,61% no mesmo período.
A Federação alerta ainda para os impactos sobre o setor produtivo, já que parte relevante do custo do transporte coletivo é arcada pelas empresas, devido ao limite legal de desconto do vale-transporte. Para a entidade, o reajuste pode elevar custos, pressionar preços e até comprometer a continuidade de algumas atividades econômicas.
Além disso, a Fiemg ressalta que o setor produtivo já enfrenta outros fatores que encarecem a produção, como o aumento do salário mínimo acima da inflação, a taxa Selic em 15% e o debate sobre a redução da jornada de trabalho.
A entidade reconhece a necessidade de reajustes periódicos para a sustentabilidade do transporte coletivo, mas defende que os aumentos sejam compatíveis com a realidade econômica e com a capacidade de pagamento de famílias e empresas.
