Haddad defende judicialização da derrubada do decreto do IOF

Siga no

Ministro diz que Congresso tem direito de alterar proposta do governo (Washington Costa/MF)

Compartilhar matéria

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, relativizou nesta quarta-feira (2/7) os impactos, na relação com o Congresso Nacional, da judicialização da derrubada do decreto presidencial que elevou alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

“Não posso reclamar do Congresso. Nunca fiz isso. Há dois anos e meio que estou levando a agenda econômica pra frente com o apoio do Congresso. Isso é dito em todas as minhas manifestações públicas”, disse, em entrevista a jornalistas em Buenos Aires.

“O Congresso tem o direito de alterar as proposições do governo. É da democracia. Nunca uma lei enviada pela área econômica saiu do jeito que entrou. Ela sempre passou por alterações. E, sempre, essas alterações foram pactuadas em torno de um acordo. Não há porque mudar esse procedimento”, completou.

À imprensa, Haddad refutou o termo “traição” ao tratar da relação entre o Executivo e o Legislativo. “A pergunta da AGU [Advocacia-Geral da União] para o Supremo é uma pergunta legítima: se o presidente Lula cometeu alguma ilegalidade ao editar aquele decreto. É uma pergunta muito simples e é jurídica”.

Entenda

A Advocacia-Geral da União protocolou nesta terça-feira (1º) uma ação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) no intuito de reverter a derrubada do decreto elaborado pelo governo federal que aumenta alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Em coletiva de imprensa, o ministro da AGU, Jorge Messias, informou que a ação declaratória de constitucionalidade foi apresentada após solicitação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com base em estudo técnico e jurídico solicitado ao órgão na semana passada.

Segundo Messias, a conclusão da AGU é que o decreto do governo federal é constitucional, válido e não poderia ter sido objeto de decreto legislativo de sustação.

Decreto

O decreto fazia parte de medidas elaboradas pelo Ministério da Fazenda para reforçar as receitas do governo e atender às metas do arcabouço fiscal. No fim de maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou o documento, que aumenta o IOF para operações de crédito, de seguros e de câmbio.

A decisão de pautar a derrubada do decreto do IOF foi anunciada horas antes da votação pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), em postagem nas redes sociais. Segundo ele, a maioria na Casa não concorda com elevação de alíquotas do IOF como saída para cumprir o arcabouço fiscal e tem cobrado o corte de despesas primárias.

Já o governo alegou que a medida é necessária para evitar mais cortes em políticas sociais e maiores contingenciamentos que podem afetar o funcionamento da máquina pública. Além disso, segundo Haddad, as regras do decreto corrigiam injustiças tributárias de setores que não pagam imposto sobre a renda.

Entre as medidas propostas no documento estão o aumento da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) tanto das apostas eletrônicas, as chamadas bets, de 12% para 18%; quanto das fintechs, de 9% para 15%, igualando aos bancos tradicionais.

Também há a previsão da taxação das Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), títulos que atualmente são isentos de Imposto de Renda.

Antes mesmo da derrubada do decreto, o governo editou, no início de junho, uma medida provisória (MP) com aumento de tributos para bets (empresas de apostas) e para investimentos isentos. A ideia da MP era atender uma pressão do próprio Congresso.

A medida provisória também prevê o corte de R$ 4,28 bilhões em gastos obrigatórios neste ano. Em troca, o governo desidratou o decreto do IOF, mas o decreto foi derrubado pelo Congresso da mesma forma.

Compartilhar matéria

Siga no

Mais de Entretenimento

Mais de Notícias

Deputados aprovam federalização da Codemig e da Codemg

Polícia Civil do Rio de Janeiro faz nova necropsia em Juliana Marins

Tecnologia transforma passos de usuários do bandejão da UFMG em energia elétrica

Diretora da Cemig detalha estratégias de comunicação e aproximação com o público mineiro

IMA e UFLA desenvolvem sistema inédito para modernizar defesa agropecuária em Minas

Deputada Ludimila Falcão cobra avanço nas discussões sobre Cemig e Copasa

Últimas notícias

Lula e sua sinfonia desafinada no Congresso

Clube inglês contrata Zépiqueno, joia holandesa com nome inspirado em ‘Cidade de Deus’

Turismo de experiência ganha força em BH e transforma a rua em principal palco de eventos

Deputados são contra fim da jornada 6×1 e concordam em subir faixa de isenção do IR, diz Quaest

Cortes de incentivos fiscais em vez de IOF? Economista avalia riscos e limites da proposta

Entram em vigor novas regras de segurança para chaves Pix

Lula propõe tornar 2 de julho Dia da Consolidação da Independência

Reunião de conciliação no TJMG tenta colocar fim à greve dos professores de BH

Lula sai em defesa de Haddad e compara gestão atual com a de Guedes