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Luiza Barreto em entrevista na 98 News nesta terça-feira (98 News/Reprodução)

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A presidente da Codemge e ex-secretária de Planejamento e Gestão de Minas Gerais, Luísa Barreto, afirmou em entrevista à 98 News, nesta terça-feira (29/7), que os ataques sofridos ao assumir a presidência da empresa tiveram conotação política e de gênero. Ela também defendeu a valorização técnica da Codemig no processo do programa Propag, que discute o uso de ativos estaduais na renegociação da dívida com a União.

“Eu fui para companhia para fazer um trabalho técnico. Essa é minha história, de onde eu vim, e para ajudar a solucionar um problema que é importante para Minas Gerais. Eu falo que a dívida pública é o problema estrutural mais grave que Minas vive há muitos anos”, disse.

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Luísa destacou que ainda é raro ver mulheres à frente de empresas públicas. “Eu sou a primeira mulher a presidir a Codemig, fui a primeira mulher a presidir a Emater. É raro ainda a gente ter mulheres nesse tipo de posição. Infelizmente, né? A gente gostaria que fossem mais mulheres. E eu não vejo colegas homens sofrerem o mesmo tipo de ataque.”

Projetos prioritários: hospital público e infraestrutura

A presidente da Codemge citou projetos prioritários que devem ser entregues até o fim da atual gestão. Um dos principais é o Complexo Hospitalar Hope, com 500 leitos. “Vai ser o melhor hospital público de Belo Horizonte, da Região Metropolitana, sem sombra de dúvidas. Um grande avanço para a saúde das pessoas.”

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Ela também mencionou a duplicação da rodovia entre Ouro Preto e Mariana. “Um projeto importantíssimo para o desenvolvimento da região, que foi muito afetada pelo desastre de Mariana. Vai levar mais segurança nas estradas e possibilidade de desenvolvimento turístico.”

Outro destaque é o programa Cidades Parceiras, que apoia municípios no desenvolvimento de projetos nas áreas de saúde, educação, mobilidade e outras. As inscrições vão até 4 de agosto.

Valoração da Codemig e negociação com a CBMM

Sobre o valor da Codemig no contexto do Propag, Luísa afirmou que o BNDES será responsável pela avaliação oficial, mas que a empresa também está contratando estudos próprios. “A gente precisa garantir que a apuração da companhia se dê por um preço justo.”

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Ela ressaltou a importância do contrato com a CBMM (Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração), que garante à Codemig 25% do lucro da maior produtora de nióbio do mundo. “Estamos em negociação com a CBMM na tentativa de expandir esse tempo de contrato antes de outubro, para que a gente tenha efetivamente o maior valor possível.”

Luísa explicou que não pode antecipar um valor para a companhia. “Se eu chuto um valor a menor, posso induzir o BNDES a nos pagar menos. Se eu chuto um valor a maior, posso prejudicar Minas Gerais no processo de negociação da dívida.”

Nova fase da companhia e continuidade dos projetos

Ao avaliar os primeiros meses à frente da Codemig, Luísa afirmou estar reorganizando a casa e montando uma equipe técnica robusta. “A discussão do Propag não se encerra em curto prazo. Independente dela, continuaremos tendo projetos necessários em Minas Gerais.”

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Ela citou iniciativas em saúde, educação e mobilidade urbana. “Nós vamos entregar muita coisa boa nos próximos meses. Tô muito animada, empolgada e feliz de poder contar com uma equipe excelente que eu tenho na Codemig hoje para que a gente consiga ajudar Minas Gerais nesse propósito.”

Ativos imobiliários e concessões

Luísa comentou o histórico da Codemig como investidora em empresas e ativos imobiliários. “Lá atrás se decidiu por entrar em negócios que não eram bons para a companhia nem para o governo de Minas Gerais. A maior parte das participações empresariais já foram desfeitas.”

Ela destacou a concessão das Termas Antônio Carlos, em Poços de Caldas, como exemplo. “Um equipamento turístico importante, que precisa ser revitalizado. Nós vamos fazer a concessão, não necessariamente desfazer do ativo.”

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PPPs na educação e nos municípios

A presidente da Codemge também falou sobre o projeto de Parceria Público-Privada para manutenção de escolas estaduais, inspirado nos modelos de Belo Horizonte e São Paulo. “Estamos prontos para, em breve, lançar também aqui uma parceria para manutenção das escolas públicas estaduais. Vamos lançar uma consulta pública para garantir participação de todos.”

Ela explicou os benefícios das PPPs, especialmente quando a mesma empresa é responsável por construir e manter os equipamentos. “Você vai pensar na melhor qualidade dos acabamentos, porque em 20 anos não quer ficar trocando todo dia.”

Sobre a adesão dos municípios ao modelo, ela foi direta: “Infelizmente não. O governo do Estado é muito preparado, mas as prefeituras ainda não. Estamos capacitando os servidores com apoio do Tribunal de Contas e da Associação Mineira de Municípios.”

‘Não podemos descuidar do risco político’, diz presidente

Questionada sobre o risco de contaminação política na avaliação do BNDES, Luísa afirmou que espera uma condução técnica, mas que o Estado fará sua própria apuração. “O nosso desejo é que a discussão seja meramente técnica. Mas eu não posso descuidar.”

“Vamos ter a nossa segurança para garantir que nenhuma questão política se sobressaia ao interesse dos mineiros. Esperamos que o Governo Federal aja da mesma forma.”

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Roberth R Costa

Atuo há quase 13 anos com jornalismo digital. Coordenador Multimídia. Rede 98 | 98 News

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