Mariana recusa acordo de reparação dos danos do rompimento da barragem

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Prefeito deu entrevista coletiva sobre o acordo de Mariana na manhã desta sexta (Foto: Guilherme Alves/Rádio 98

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O prefeito de Mariana, Juliano Duarte, confirmou em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (28), que a cidade não assinará o Acordo de Mariana. Segundo o chefe do Executivo, a proposta financeira e os termos propostos no acordo não atendem as necessidades dos municípios.

O prefeito teceu diversas críticas à maneira como se construiu o acordo de Mariana, sem a presença dos municípios atingidos pelo rompimento da barragem. Segundo ele, na prática, o acordo do Brasil prevê o pagamento de cerca de R$ 6 bilhões aos 49 municípios atingidos, em Minas e no Espírito Santo. O montante seria dividido em 20 anos, com uma parcela anual.

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O valor no acordo, portanto, está muito abaixo do que os municípios solicitaram inicialmente, de cerca de R$ 17,5 bilhões. Esse valor corresponde a 11% do total previsto, em um movimento que teria como base o acordo de Brumadinho.

“Os municípios pleitearam nas mesas de negociação, através do Fórum de Prefeitos, que é uma instituição legalmente constituída para defender o interesse dos municípios, de 11% do valor do acordo e nós tivemos apenas 4%, que será dividido em 49 prefeituras, 49 cidades com pagamentos de uma parcela por ano durante 20 anos”, disse Juliano.

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Além do valor ser inferior ao que os municípios pleiteavam, Juliano destaca outros pontos prejudiciais às cidades. Segundo ele, há uma cláusula no acordo que afirma que, a partir da assinatura, o município abre mão de outras ações que correm contra a Vale e a BHP, incluindo a que corre atualmente na Justiça da Inglaterra.

Outro ponto que também desagrada aos município é a transferência de responsabilidade da realização de projetos que ainda não iniciaram. Segundo Juliano Duarte, além dos prazos serem muito curtos, a verba destinada aos municípios seria menos do que o suficiente.

“É uma outra grande preocupação de todos os prefeitos municipais, já que com assinatura do acordo a Fundação Renova, ela deixará de existir e agora a empresa Samarco vai assumir o papel de negociação entre as prefeituras. E com o acordo assinado no Brasil, vários programas que não iniciaram, as responsabilidades agora serão das prefeituras municipais. E ainda, com prazos definidos para a conclusão, porém é importante dizer que as obras públicas elas pegam em outro ritmo de legislação de licitações”, destacou o prefeito.

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“E o grande medo dos prefeitos é que os prazos que já estão definidos e acordados e assinados, as prefeituras não conseguirão executar dentro do prazo. E ainda, os valores que foram pactuados, os municípios não tem a garantia, garantia que serão valores suficientes para a conclusão desses programas que ainda não iniciaram”, completou.

Juliano ainda destacou que existem conversas acontecendo para buscar uma melhora no acordo. Caso aconteça, pode haver a assinatura. Caso contrário, Mariana seguirá fora do acordo.

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Guilherme Alves

Jornalista formado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), com passagens por TV's e rádios. Repórter, âncora e comentarista.

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