A partir de 2026, entram em vigor as novas regras para a circulação de veículos ciclomotores. As famosas motos e bicicletas elétricas terão que atender determinações aprovadas pelo Conselho Nacional de Trânsito (CONATRAN) em 2023. As bicicletas, por exemplo, vão precisar de indicador de velocidade, sinalização noturna e campainha. Já as motos precisam de espelhos, faróis, lanterna, velocímetro, dispositivo de controle de ruído, além de CNH categoria A e emplacamento.
A presença cada vez mais frequente desse tipo de veículo nas ruas tem despertado uma atenção especial dos órgãos de segurança por conta do número de ocorrências. De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), o número de acidentes com ciclomotores cresceu 21,43% somente em Belo Horizonte.
Para a palestrante e especialista em soluções no trânsito, Roberta Torres, são necessárias ações desde fiscalização até educação para a inserção dos ciclomotores no dia a dia das grandes cidades
“O impacto desse tipo de veículo para o trânsito acaba sendo muito grande, não só para regulamentação, mas para fiscalização, para engenharia e para educação. Porque requer uma mudança no comportamento da mobilidade, né? Ao mesmo tempo em que vai ampliar o acesso à mobilidade, especialmente nos trajetos mais curtos e médios, sendo uma alternativa mais barata, né? Por outro lado, há um risco maior da gente ter um aumento do número de sinistros envolvendo esses tipos de veículos. Então, se a gente não investe também na educação e na formação desses condutores, a gente tem um impacto muito maior”, destacou.
Ainda segundo a Sejusp, em 2025, são mais de 420 acidentes com esse tipo de veículos em Minas. Em relação às motonetas, são 2436 acidentes no estado, e alta de 2,28% na capital mineira. Nas ruas de Belo Horizonte, os gargalos envolvendo a mobilidade urbana aparecem como as principais preocupações quando se fala da inclusão dos ciclomotores. Kesley Lopes, que é motoboy, mostrou preocupação com a integração das motos elétricas junto aos automóveis de maior porte:
“Tem muitas (motocicletas) agora no trânsito e eu acho que é que está ficando perigoso, né? O envolvimento delas com carro, moto […] é mais o perigo mesmo do fluxo diário ali entre o carro e moto mesmo”, afirmou.
Uma reclamação recorrente envolvendo, principalmente, as bicicletas motorizadas, diz respeito ao barulho emitido por elas. Em contato à Rede 98, a Prefeitura de Belo Horizonte destacou que “o serviço de fiscalização de poluição sonora não inclui reclamações referentes à barulho de trânsito de veículos automotores. A poluição sonora fiscalizada pela equipe de Fiscais de Controle Urbanístico e Ambiental é causada por atividades industriais ou comerciais”, afirmou.
