Em meio aos morros e nascentes de Piedade do Paraopeba, em Brumadinho, um grupo de crianças viveu uma experiência rara: ver seus nomes impressos na capa de um livro. Durante meses, as turmas do ensino fundamental participaram das oficinas do projeto Águas do Saber, que transformou a sala de aula em um ateliê de histórias sobre rios encantados, guardiões da natureza e comunidades que cuidam da água.
O projeto é realizado pela Molde, organização mineira que atua com educação ambiental e cultura, e tem o apoio da Plataforma Semente, do Ministério Público de Minas Gerais. Em cada etapa, os alunos são convidados a olhar para o próprio território e imaginar novas formas de convivência com o meio ambiente.
Ao final da experiência, 88% das crianças afirmaram ter mais interesse pela leitura, e os pais atribuíram nota média 9,83 à atividade. Em Ouro Preto, onde a metodologia foi replicada, o entusiasmo se repetiu.
“A escrita é uma ferramenta poderosa de transformação”, diz Sérgio Leal, presidente da Molde. “Ao escrever sobre a água, essas crianças escrevem também sobre o lugar que ocupam no mundo”, declarou.
‘A Aventura de Baratéio’, ‘O Lobo Diferente’ e ‘O Dragão e o Tesouro Perdido’
Os livros escritos e ilustrados pelos alunos de Piedade do Paraopeba são ‘A Aventura de Baratéio’, ‘O Lobo Diferente’ e ‘O Dragão e o Tesouro Perdido’. As histórias falam sobre o cotidiano na comunidade, mas sob uma ótica fantástica e cheia de aventura.
Nesses livros, as crianças abordam temas importantes, como as queimadas e a importância da preservação ambiental.