A mostra Modernos Eternos chega à sua 10ª edição em Belo Horizonte reafirmando o compromisso com a cultura, o patrimônio histórico e a arquitetura mineira. O evento ocupa neste ano dois edifícios vizinhos no bairro Funcionários: a Escola Estadual Afonso Pena e a antiga residência de Afonso Pena Júnior, filho do ex-presidente da República.
“A Modernos Eternos é uma mostra que vai além da decoração, arquitetura e design. Um dos eixos principais é falar de cultura, de história, das belas coisas escondidas que Belo Horizonte tem, que muitas vezes a população não sabe”, afirmou a idealizadora e curadora do projeto, Josette Davis, em entrevista à 98 News nesta quarta (9/7).
Nesta edição, a mostra se estende também a espaços culturais da cidade com intervenções no Museu Mineiro, Arquivo Público, Casa Fiat de Cultura, MM Gerdau, Mercado Novo, Biblioteca Pública Estadual e Botânico Shopping. “Cada um a gente conta uma partezinha da história desse imóvel e da história da construção de Belo Horizonte”, explicou.
Valorização do centro e da memória
Para Josette, revisitar a história de BH por meio da arquitetura é também uma forma de manter viva a memória da cidade. “Para a gente estar hoje no presente, a gente tem que pensar no passado. O presente não existe sem o passado. Como foram esses passos para a gente chegar até aqui? Isso tudo é muito importante e não pode morrer.”
A curadora lembrou que a Modernos Eternos foi pioneira em ocupar o hipercentro da cidade em 2022, com uma edição no prédio do antigo BEMGE, projetado por Oscar Niemeyer. “Desmistificamos o medo do centro. O centro de BH é mais seguro do que muitos bairros. Fizemos conteúdos contando a história dos prédios e o público passou a observar aquela arquitetura com outro olhar”, disse.
Hub de conexões e negócios
Com 47 ambientes e 39 profissionais participantes, a mostra se consolidou também como um ecossistema de conexões comerciais. “Todos esses profissionais estão conectando com seus fornecedores, os fornecedores com os profissionais, com os visitantes, fazendo pontes. Quando uma mostra acontece, há uma ramificação de negócios muito grande”, destacou Josette.
Ela ressaltou ainda o papel da arquitetura mineira no cenário nacional: “O profissional mineiro é incrível. Tanto na moda quanto na arquitetura, nós somos referência. O mineiro é caprichoso, cuidadoso e criativo.”
Parceria com o Sebrae leva o interior para BH
A edição de 2024 conta com uma parceria com o Sebrae Minas, que coordena a loja Origem Minas dentro da mostra. O espaço reúne peças artesanais de 27 municípios mineiros, todas à venda a preço de produtor.
“Desde o evento de abertura o espaço não para de vender, eles estão repondo direto. Valoriza a nossa arte popular e incentiva o uso dessa arte em ambientes sofisticados. É tudo do mais alto nível, com curadoria feita pelo Sebrae. O público tá amando”, comemorou Josette.