A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) lançou duas novas plataformas online para esclarecer dúvidas do público sobre dois temas que há anos alimentam desconfiança e teorias de conspiração: as trilhas deixadas por aviões no céu (contrails) e as práticas de geoengenharia, ligadas à manipulação climática.
O anúncio foi feito em Washington pelo administrador da EPA, Lee Zeldin, indicado por Donald Trump, que retomou o discurso de transparência total sobre atividades atmosféricas e ambientais.
“Os americanos têm perguntas legítimas sobre contrails e geoengenharia, e merecem respostas diretas”, afirmou Zeldin. “Estamos publicando tudo o que a EPA sabe sobre esses temas em nossos sites.”
O que são contrails e por que geram polêmica
O novo portal explica de forma detalhada a origem das condensation trails, ou contrails — rastros deixados por aviões em grandes altitudes. Segundo a EPA, o fenômeno é resultado da condensação do vapor d’água e do resfriamento extremo do ar, formando cristais de gelo visíveis no céu.
No entanto, a própria agência reconhece que há décadas o tema desperta teorias sobre liberação intencional de substâncias químicas e biológicas, associadas a tentativas de controle populacional, manipulação mental ou engenharia climática.
De acordo com o material publicado, não há evidências científicas que sustentem essas alegações. A EPA afirma que os estudos disponíveis indicam que os contrails são “um subproduto natural da aviação em alta altitude”.
A nova frente sobre geoengenharia
Outra seção do portal trata especificamente das atividades de geoengenharia solar, campo que estuda formas de refletir parte da luz solar de volta ao espaço para resfriar o planeta.
O texto explica que uma das técnicas mais debatidas envolve a injeção de gases como dióxido de enxofre na estratosfera, que se transformam em partículas refletivas — um processo semelhante às erupções vulcânicas naturais.
“A EPA compartilha as preocupações de muitos americanos quanto aos riscos da geoengenharia”, declarou Zeldin. “Entre os impactos possíveis estão a destruição da camada de ozônio, danos a plantações, alteração de padrões climáticos e formação de chuva ácida.”
A agência também informou que vem monitorando possíveis iniciativas privadas relacionadas a essas práticas, e que qualquer projeto desse tipo exigiria autorização federal.
Transparência e rastreamento de atividades
Segundo o documento oficial, o novo site da EPA reúne todas as pesquisas conhecidas, relatórios científicos, análises de riscos e registros sobre modificação artificial do clima e semeadura de nuvens (cloud seeding).
O material também detalha como o governo americano rastreia experimentos atmosféricos conduzidos por empresas, universidades e entidades independentes.
A agência afirmou que o objetivo é “combater a desinformação com dados verificáveis” e permitir que os cidadãos tenham acesso público às informações sobre qualquer intervenção climática monitorada nos Estados Unidos.
Contexto político
A medida é vista como uma tentativa do governo Trump de reconstruir a confiança pública em temas ambientais sensíveis, especialmente após anos de polêmicas sobre transparência científica.
Fontes ligadas à Casa Branca afirmam que o presidente quer “romper o silêncio institucional sobre atividades atmosféricas” e garantir que toda a documentação da EPA seja aberta ao público.
Com o lançamento das plataformas, a administração federal passa a reunir, em um só espaço digital, dados técnicos, vídeos, registros de voos, relatórios meteorológicos e estudos sobre impactos ambientais.
“Não é mais momento de segredos”, teria dito Trump, segundo assessores. “Os americanos merecem a verdade — inteira, sem filtros e sem burocracia.”