Em janeiro deste ano, a notícia de que Nivaldo Batista Lima seria candidato à presidência da república em 2026, agitou o cenário político brasileiro. Isso, porque, atualmente, trata-se de um dos maiores nomes da música sertaneja no país.
Pouco mais de dois meses depois, o artista, mais conhecido como Gusttavo Lima, anuncia sua desistência de candidatura. Em vídeo publicado nas redes sociais, nesta quarta-feira (19/3), o cantor afirmou que vai seguir a carreira artística e “tocar os seus negócios”.
No programa 98 Talks, desta quarta-feira, Paulo Leite, Antônio Claret Jr. e Ricardo Kertzman refletiram sobre o pronunciamento do sertanejo e o que ele representa no espectro político do Brasil.
Questionado se o cantor teria desistido pela falta de chances de ganhar, Antônio Claret Jr. afirmou que este não seria o motivo, pela grande notoriedade do artista. “Gustavo Lima, assim como qualquer grande artista de grande popularidade no Brasil, já sai com muitos votos”, disse.
Para Claret, o perfil de parte do eleitorado brasileiro daria chances reais a Gusttavo Lima. “As pessoas no Brasil, especificamente, elas não votam por proposta, por propósito ou por valores. Elas votam porque conhecem, porque gostam.”, finalizou.
Já na visão de Ricardo Kertzman, o vídeo publicado pelo cantor tem uma estrutura que o leva a crer que a desistência não é real. Kertzman cita elementos como a dramatização da história de vida do cantor, da pobreza até o alcance do sucesso e a música dramática ao fundo.
“É uma peça política. Tem cara de peça política. Como ele vai utilizar e se ele vai utilizar isso mais à frente, ou como candidato, ou como cabo eleitoral, ou de alguma forma como alguém inserido no contexto político a gente não sabe, mas eu hoje não descartaria, Paulo”, interpreta o comentarista.
O pensamento de Paulo Leite vai de encontro ao de Kertzman no que diz respeito ao uso da publicação como jogada política. “Ele desiste, mas ressalta todas as qualidades que teria para ser presidente da república no vídeo. No vídeo completo dá essa impressão mesmo”, diz.