O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa, nesta segunda-feira (21/7), em Santiago do Chile, da cúpula “Democracia Sempre”, organizada pelo presidente chileno Gabriel Boric. O encontro reúne os líderes progressistas de Brasil, Chile, Colômbia, Uruguai e Espanha para discutir estratégias em defesa da democracia, multilateralismo, redução das desigualdades e combate à desinformação.
Em seu discurso, Lula destacou a urgência de regulamentar as plataformas digitais e combater a disseminação de fake news como forma de “devolver ao Estado a capacidade de proteger os seus cidadãos”. Para ele, a transparência de dados e a criação de uma governança digital global são essenciais para garantir “um debate público livre e plural”.
“Não se confunda com autorização para incitar a violência, difundir o ódio, cometer crimes e atacar o Estado Democrático de Direito”, destacou o brasileiro.
A cúpula, que reúne também os presidentes Gustavo Petro, Yamandú Orsi e o primeiro-ministro Pedro Sánchez, marca a segunda edição da reunião iniciada na ONU em 2024 e deve resultar em um manifesto com propostas que serão apresentadas na Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro.
O contexto internacional acrescenta peso ao diálogo. A reunião ocorre num momento de tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos, com ameaças de aumento de tarifas — apontadas como instrumento de pressão política. Lula e seus pares se contrapõem a essa prática unilateral, defendendo o multilateralismo como forma de resguardar a soberania dos países envolvidos.
Além da declaração oficial, os líderes se reuniram com representantes da sociedade civil, academia e centros de pesquisa para ampliar o debate sobre os desafios democráticos contemporâneos. Também participaram o Festival Democracia, que inclui painéis culturais e debates com eminentes intelectuais, como Michelle Bachelet, Joseph Stiglitz e Susan Neiman.