A aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, nesta quarta-feira (30/7), repercutiu entre as autoridades brasileiras. Nas redes sociais, políticos, juízes e representantes se dividiram entre dois polos: o de solidariedade à Moraes e o de endosso à imposição das sanções do governo americano.
A sanção ocorre em meio à escalada de tensões entre a gestão do presidente estadunidense Donald Trump e o governo Lula. Além da aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do STF, está previsto para entrar em vigor, na próxima sexta-feira (1°/8), o tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos.
Reações de figuras públicas
“Autoexilado” nos EUA, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) celebrou a aplicação da Magnitsky contra Moraes. “É um marco histórico e um alerta: abusos de autoridade agora têm consequências globais”, publicou.
O mundo está olhando para o Brasil. Hoje, os EUA anunciaram sanções contra Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky, usada contra violadores de direitos humanos. É um marco histórico e um alerta: abusos de autoridade agora têm consequências globais.
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) July 30, 2025
Chegou a hora do… pic.twitter.com/viyUJ4gpXY
Do outro lado, Flávio Dino, também ministro do STF, se solidarizou com o companheiro de Corte. “Ele [ Alexandre de Moraes] está apenas fazendo o seu trabalho, de modo honesto e dedicado, conforme a Constituição do Brasil. E as suas decisões são julgadas e confirmadas pelo colegiado competente”, apontou.
A ministra das Relações Institucionais Gleisi Hoffmann descreveu o ato do governo americano como “violento e arrogante”. “Mais um capítulo da traição da família Bolsonaro ao país. Nenhuma Nação pode se intrometer no Poder Judiciário de outra. Solidariedade ao ministro e ao STF. Repúdio total do governo Lula a mais esse absurdo”, manifestou.
A nova sanção do governo Trump ao ministro Alexandre de Moraes é um ato violento e arrogante. Mais um capítulo da traição da família Bolsonaro ao país. Nenhuma Nação pode se intrometer no Poder Judiciário de outra. Solidariedade ao ministro e ao STF. Repúdio total do governo Lula…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) July 30, 2025
Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, listou supostas atuações ilegais de Alexandre de Moraes para justificar a medida. “Ele rasgou a Constituição. Pisou no devido processo legal. Calou brasileiros, censurou jornalistas, prendeu sem crime. O Senado foi omisso. Fingiu que não viu. Mas ele não parou. Atacou também direitos humanos de cidadãos americanos, feriu a liberdade de expressão além das nossas fronteiras”, disse.
Outros posicionamentos
- Líder da bancada do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (PT-RJ)
“GRAVÍSSIMO! EUA sancionam Alexandre de Moraes com a Lei Magnitsky. Hoje, somos todos Alexandre de Moraes, pq não é um ataque a um ministro, é um ataque ao Brasil, à nossa soberania!”.
- Deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG)
“A aplicação da Lei Magnitsky por parte dos EUA representa um marco na denúncia internacional contra abusos de autoridade no Brasil. É simbólico, e contundente, que uma das maiores democracias do mundo tenha reconhecido os sinais alarmantes de autoritarismo vindos de nossa própria Suprema Corte, especialmente de Moraes. Esse movimento não surgiu do nada”.
- Carlos Portinho, líder do PL no Senado
“O Brasil passa a ser visto como é: uma ditadura de toga. O Ministro Alexandre de Moraes se junta a lista de ditadores mundiais exposto pelos EUA. Sim. Democracia aqui não é! Numa Democracia há separação e equilíbrio entre Poderes”.
- Talíria Petrone, líder do PSOL na Câmara
“É vergonhoso que um deputado brasileiro vá aos EUA para conspirar contra o próprio país para tentar salvar seu pai dos crimes que cometeu. O desespero dos Bolsonaro só aumenta. A sanção de Trump ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, mostra que estamos no caminho certo. TRUMP DITADOR.”