O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), minimizou os atos antidemocráticos de 8 de janeiro ao afirmar que não os considera uma tentativa de golpe de Estado, mas sim manifestações que resultaram em depredação e desordem. Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Zema defendeu que as punições aplicadas aos condenados foram desproporcionais.
“Não tivemos nada de confronto que caracterizasse um golpe. Na minha opinião, se você quer dar um golpe, você chega armado, você chega em número grande de pessoas. O que houve foi depredação, houve baderna, o que precisa ser punido, mas em nenhum outro lugar do mundo eu acho que alguém que escreveu lá no monumento público de batom alguma coisa foi condenado a 14 anos e alguém que assentou numa poltrona foi condenado a 17 anos”, declarou.
Na visão de Zema, os envolvidos devem ser punidos pelos crimes de invasão e depredação, mas não de atentado à democracia. “Golpe de Estado é sempre feito com apoio de forças armadas, ou de milícias. Eu interpreto tudo isso como manifestação, como baderna, como insatisfação. E nós já tivemos isso muitas e muitas vezes”, disse ele.
“Poderíamos fazer um relatório enorme de manifestações feitas pela esquerda nos últimos anos, que foram tratadas meramente como manifestações. Então acho que cabe aí um desconto muito grande, porque ninguém deu tiro, ninguém foi assassinado”, continuou.