Prefeito de Betim, Heron Guimarães criticou o atual traçado do Rodoanel proposto pelo Governo de Minas. Em entrevista na 98 News, nesta quinta-feira (29/5), ele disse que a discordância não é em relação à necessidade da obra, mas sim quanto à forma como o projeto tem sido conduzido. Para Heron, a obra é estratégica para desafogar o trânsito na Grande BH, mas o trecho que envolve Betim e Contagem precisa de mais atenção.
“Ninguém em sã consciência é contra uma via que vai desobstruir toda a região metropolitana. A questão é como fazer esse Rodoanel”, afirmou. Segundo Heron, o modelo licitado pelo Estado atravessa áreas densamente povoadas, corta as cidades ao meio e desconsidera custos fundamentais, como desapropriações e o chamado lucro cessante — prejuízo sofrido por empresas que seriam obrigadas a se retirar da região.
“Dentro da mancha de desapropriação que o Estado prevê, temos empresas como Teksid e Amazon tendo que sair dos seus locais. E como faz isso?”, questiona. O governo estadual estima um investimento de R$ 33 bilhões para viabilizar a construção do Rodoanel. As obras devem começar pelo eixo Norte, mas o prefeito alerta que, ao chegar em Betim, Contagem e Belo Horizonte, o projeto enfrentará resistência.
Heron defende uma proposta alternativa, elaborada pela Prefeitura de Betim, que desvia a rota das áreas urbanas e prioriza o traçado por zonas rurais. A ideia é ligar a BR-040 à BR-262, depois à BR-381, com possibilidade de extensão até Brumadinho. “Nosso projeto contempla 28 km dentro de Betim e mais 9 km dentro de Contagem, tirando o Rodoanel de áreas densamente povoadas. Assim, de fato, criamos um rodoanel metropolitano”, explica.
Para o prefeito, a atual proposta do Estado, elaborada com apoio de uma multinacional italiana, ignora o impacto direto sobre comércios, indústrias e milhares de moradores da região. Ele defende diálogo e revisão do traçado antes que as obras avancem para os trechos mais sensíveis.