O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto do Estado (Sindágua), Eduardo Pereira, criticou a proposta de privatização da Copasa e alertou para riscos à população e aos trabalhadores durante reunião realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta quarta-feira (17/12).
Segundo Pereira, experiências recentes em outros estados demonstram falhas na gestão privada de serviços essenciais. Ele citou o caso de São Paulo, onde problemas no fornecimento de energia elétrica têm afetado diretamente o abastecimento de água. “Basta ventar que a empresa responsável pela energia elétrica não consegue entregar energia para a população. Tem apagões. Se falta energia, falta também água”, afirmou, destacando que a Cemig precisou prestar apoio à concessionária privada.
O dirigente sindical também mencionou o Rio Grande do Sul, onde a Copasa teria sido acionada para solucionar problemas enfrentados por concessionárias privadas de saneamento. Para Eduardo situações semelhantes podem ocorrer em Minas Gerais caso a privatização avance.
Além dos impactos no serviço, o presidente do sindicato demonstrou preocupação com os trabalhadores da Copasa. Segundo ele, a emenda aprovada que prevê garantia de emprego por um ano e seis meses não oferece segurança real. “Essa garantia é para o privado, não para os trabalhadores. É uma emenda fictícia”, disse, acrescentando que a possibilidade de realocação dos funcionários em outros órgãos do Estado, prevista no texto, não se concretizou em experiências anteriores, como no Rio de Janeiro.
