Superproteção infantil: o limite entre cuidar e impedir o desenvolvimento

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Cecília Antipoff psicóloga infantil traz detalhes sobre os males da superproteção (Foto: arquivo pessoal)

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Carol Torres, João Henrique do Vale e Cecília Antipoff debateram na coluna “Guardiã das Crianças” um tema que permeia a vida de muitos pais: a superproteção infantil. Cecília Antipoff, que também é mãe, iniciou a discussão ressaltando que, embora proteger seja fundamental, a superproteção pode ser danosa, justamente por impedir que as crianças desenvolvam recursos próprios para lidar com os desafios da vida.

Um dos pontos chave abordados foi a dificuldade em diferenciar proteção de superproteção. Para ilustrar, Cecília usou o exemplo de um parquinho: “proteção é eu estar por perto para acompanhar os movimentos dele, os desbravamentos. Super proteger é eu blindar, eu fazer aquela bolha”. A colunista enfatizou a importância de permitir que a criança experimente e aprenda com seus erros, desenvolvendo, assim, sua habilidade motora e resiliência emocional: “a habilidade motora ela vem a partir do erro, né?”, disse Cecília.

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João Henrique do Vale compartilhou sua experiência pessoal, admitindo que, com o primeiro filho, tinha uma postura superprotetora. “Eu era desse aí, eu quase que botava uma bolha no menino assim, e amarrava ele, enrolava ele no papel de bolha assim para ele não cair”, confessou. Ele notou uma evolução no desenvolvimento do filho após mudar sua abordagem.

A conversa também abordou a superproteção emocional, que ocorre quando o adulto intervém em situações de conflito infantil antes de observar se a criança tem recursos para lidar com a situação. Cecília sugere que os adultos exercitem o silêncio, observando por 10 segundos antes de intervir, para verificar se a criança consegue resolver o problema sozinha. Ela ressaltou que, em casos de dificuldades reais, o papel do adulto é mediar, e não resolver o problema pela criança.

Outro ponto importante destacado foi a necessidade de permitir que a criança vivencie sentimentos como raiva e tristeza, que são inerentes à vida. “A vida é delícia, mas a vida é dor. A vida a gente ganha, a gente perde”, afirmou Cecília. Impedir que a criança sofra, evitando a dor a qualquer custo, é uma forma de superproteção que pode prejudicar seu desenvolvimento emocional.

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Cecília também comentou sobre a importância de não deixar a criança ganhar sempre, pois isso a impede de aprender a lidar com a frustração da derrota. “É importante eu ganhar da criança e amparar na hora que ela perdeu”, disse.

*Estagiário sob supervisão da editora Jackeline Oliveira

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Arthur Mota

Estudante de Jornalismo na UFMG. Com passagens pela TV Alterosa e Itatiaia. Estagiário da Rede 98 desde 2024. Apaixonado por esportes e geopolítica.

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