O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste sábado (12/7), a aplicação de uma tarifa de 30% sobre produtos importados da União Europeia (UE) e do México. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e também valerá para mercadorias reexportadas por terceiros países.
Na notificação enviada à presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, Trump justificou a decisão como uma resposta ao que considera uma relação comercial desequilibrada e prejudicial aos Estados Unidos. Ele criticou as políticas tarifárias e não tarifárias adotadas pela UE e afirmou que o bloco tem se beneficiado de um relacionamento comercial “longe de ser recíproco”.
Apesar das críticas, Trump declarou que a carta reflete a disposição dos EUA em manter as relações com os europeus, desde que haja mais equilíbrio. O republicano também cobrou abertura total do mercado europeu aos produtos americanos e ameaçou impor tarifas adicionais caso o bloco decida retaliar.
A União Europeia sinalizou que busca fechar um acordo bilateral com os Estados Unidos antes do prazo estipulado, prevendo concessões em setores como aviação, equipamentos médicos e bebidas alcoólicas. Bruxelas também discute formas de proteger montadoras europeias com fábricas nos EUA. No entanto, o ministro de Finanças da Alemanha, Lars Klingbeil, alertou que o bloco está pronto para reagir, caso não haja avanço nas negociações.
Já a tarifa imposta ao México foi justificada por Trump como parte de uma estratégia para enfrentar a crise do fentanil nos Estados Unidos. Na carta enviada à presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, o presidente acusou o país vizinho de falhar no combate aos cartéis de drogas, que segundo ele, continuam a infiltrar entorpecentes no território americano.
Trump reconheceu que houve avanços na cooperação de fronteira, mas disse que o México ainda não conseguiu conter as organizações criminosas. Ele classificou os cartéis como “as pessoas mais desprezíveis que já caminharam sobre a Terra” e afirmou que não permitirá que a América do Norte se torne um “playground do narcotráfico”.
A medida marca mais um capítulo da estratégia comercial adotada por Trump, com foco em reequilibrar as relações comerciais e ampliar o controle sobre questões de segurança e saúde pública.