Belo Horizonte quer deixar para trás a imagem de cidade apenas para compromissos corporativos e conquistar de vez o turista que busca vivências autênticas. Com o título de Cidade Criativa da Gastronomia, concedido pela Unesco em 2019, a capital mineira amplia o foco no turismo de experiência, movimento que vem sendo incentivado pelo Sebrae Minas em parceria com a Belotur.
O programa Acelera Check-in Turismo é um dos principais exemplos dessa estratégia. A proposta é simples: ajudar pequenos negócios a transformar produtos e serviços em experiências autênticas, conectadas com o jeito de ser da cidade.
“A gente percebeu o quanto a gastronomia de Belo Horizonte fazia diferença para quem vinha para um evento corporativo, para um jogo de futebol, para um show ou para festas”, explica o analista do Sebrae, Renato Lana. Ele marcou presença na 98 News nesta quarta-feira (2/7).
O programa mapeou negócios e iniciativas capazes de ir além do simples prato ou produto final, criando o Menu de Experiências Turísticas de Belo Horizonte. São 19 opções que envolvem gastronomia, cultura, arte popular e esporte. “O menu faz esse trocadilho mesmo: ‘é muito bom’ e ‘cardápio’. A gente cria esse cardápio com experiências das mais diversas de BH”, conta Renato.
Segundo ele, o diferencial de Belo Horizonte está nas ruas, nos espaços públicos ocupados de forma criativa e informal, mas com organização. “Qual que é o maior espaço de evento de Belo Horizonte hoje? A rua. Os eventos, as experiências, esses momentos de conexões vêm acontecendo nas diversas regionais da cidade”, aponta.
A formalização dos negócios, no entanto, é vista como essencial para garantir segurança e qualidade. “Quem faz turismo é o empresário. A prestação de serviço e a eficiência operacional desses empreendedores fazem toda diferença. Quando falamos de experiência gastronômica, precisa ter CNPJ, boas práticas, alvará sanitário, atendimento”, explica o analista do Sebrae.
A meta do programa é ambiciosa. Começou com 20 experiências, hoje são 19 ativas, e a intenção é dobrar esse número com a assinatura de um novo convênio com a Belotur. “A nossa meta é passar para 39 experiências turísticas. Queremos que o turista tenha atrações e serviços para ficar 1, 2, 3, 5, 7 dias em Belo Horizonte”, projeta Renato.
A infraestrutura da cidade, avalia ele, acompanha esse movimento. “A turma tem que parar com essa síndrome de vira-lata. Belo Horizonte tem uma estrutura ótima, excelente de hotelaria, muitos voos nacionais e internacionais, tem serviço, tem gastronomia. A gente tem uma prestação de serviço, um equipamento, uma oferta de muita qualidade”, defende.
O Acelera Check-in Turismo segue com inscrições abertas e pode ser acessado tanto por empreendedores que já oferecem experiências quanto por quem deseja criar novas. “É só me chamar no 31 9 9711- 0095. E quem quiser conhecer o menu de experiências, é só acessar o portal de Belo Horizonte”, orienta Renato.
Para ele, o futuro do turismo de BH está nas ruas, nos eventos espontâneos e nos encontros que só a capital mineira sabe proporcionar. “Belo Horizonte já se mostrou nos últimos anos que o grande lance e a grande oportunidade está na rua. É lugar de família, de gente feliz, que vai pra rua ao ar livre, que quer interagir com a natureza, andar de bicicleta com o filho e ter uma gastronomia de Belo Horizonte”, resume.