Sabores da Estrada Real

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Acervo IER | Daniel Cerqueira

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Nas bruacas de couro, pendentes a cada lado das cangalhas ou atravessadas nas selas dos tropeiros, a farinha de milho e de mandioca, o torresmo, o toucinho e a carne salgada de porco e boi, o feijão e o café fizeram história misturando tradições. Um pouco da gastronomia portuguesa, aliado às receitas africanas e a uma pitada da culinária indígena, resultou na variada comida mineira.

O feijão tropeiro, as verduras refogadas, como a couve, o ora-pro-nóbis e a taioba, o tutu com lombo de porco e o frango com quiabo são alguns dos pratos típicos de qualquer lar ou restaurante mineiro. Isso sem falar no pão de queijo, na cachaça, na mandioca e no milho, ingredientes básicos da nossa cozinha.

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A gastronomia da Estrada Real tem diferentes aspectos físicos que interferem sobre as características dos produtos e produções locais, como climas, relevos e biomas, mas com as semelhanças históricas e culturais, definidas pelos costumes e tradições incorporados pelos diversos atores que trilharam esses caminhos em busca de riquezas.

A genética histórica dos garimpeiros das riquezas minerais do estado foi se estabelecendo nos costumes alimentares pelo Caminho dos Diamantes. Na cidade de Conceição do Mato Dentro, o grande destaque fica por conta dos pastéis de angu da Dona Lélia, patrimônio da cidade, além das cachaças artesanais e dos pratos típicos da culinária local.

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Foto: Acervo IER | Breno Matias; Lucas Nishimoto

Em Morro do Pilar, por estar situado numa antiga parada estratégica das tropas, ficou conhecido como a capital do feijão tropeiro, e agora, os quintais com suas mestras dos fogões é outra marca registrada de Morro, que não podem deixar de ser visitados para degustar os biscoitos fritos no óleo de Indaiá e as diversas quitandas ou os bolinhos de banana verde acompanhados de uma cachacinha da roça.

As festas religiosas trouxeram marcas nos costumes alimentares e, por sua vez, foram reinventadas, como a Festa da Galinha Caipira, no distrito de São Gonçalo do Rio das Pedras. Em Diamantina, uma receita destaca-se como principal herança do período do garimpo. A galinha cabideira portuguesa, que se transformou no nosso frango ao molho pardo mineiro e ganhou status de Identidade Gastronômica na cidade.

O caminho velho apresenta influências mais marcantes da história e pode ser considerado o caminho das quitandas, dos alambiques e dos doces, com destaque para os biscoitos de São Tiago, os rocamboles de Lagoa Dourada e as cachaças de Coronel Xavier Chaves, que também se destaca pelos queijos artesanais, como o Catauá, produzido com cuidados especiais, se tornando objeto de desejo dos apreciadores deste ícone gastronômico.

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Foto: Acervo IER | Breno Matias; Lucas Nishimoto

Por falar em queijos, indiscutivelmente uma das nossas maiores heranças portuguesas, também receberam a importante companhia de iguarias trazidas mais recentemente por noruegueses: os queijos finos, como o brie, camembert, gorgonzola e outros, produzidos nas cidades de Cruzília, São Vicente e região, ganharam mais visibilidade ainda com a chegada dos parmesões em Alagoa e os queijos de ovelha de Soledade de Minas.

A imigração Alemã definiu a principal identidade gastronômica do Caminho Novo. As rotas das cervejas se iniciam em Petrópolis, seguindo por Itaipava. Em Minas a rota recebe reforço em Juiz de Fora, onde há cerca de 120 anos se estabeleceram os alemães. Ainda no caminho registra-se a produção de cervejas artesanais em Santana dos Montes, onde os pratos da culinária tradicional mineira ganham a companhia da mais nova produção de vinhos do estado, feitos com a uva Sirah.

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O caminho mais curto da Estrada Real, o do Sabarabuçu, representa a síntese da cultura alimentar dos demais caminhos. Em Nova Lima, o circuito das cervejas artesanais é programa imperdível para os apreciadores da bebida, que está transformando a identidade gastronômica local, até então ligada às quitandas, especialmente às quecas, trazidas pelos imigrantes ingleses.

A tradição da jabuticaba, fez com que Sabará se esquecesse do fim do ciclo do ouro e hoje reverenciam o seu ouro negro. A jabuticaba se tornou maior patrimônio e Identidade Gastronômica da cidade, com doces, licores e outros subprodutos adotados pelos mais importantes chefs de cozinha no estado.

A diversidade cultural da Estrada Real é um dos atrativos para o turista viajar pelos seus caminhos, rica em variedade e sabor, é na mesa mineira que se conhece a história do nosso povo. Estrada Real: Uma estrada, seu destino!

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