O dia 22 de março foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) como a data para que a comunidade internacional reflita sobre questões essenciais que envolvem os recursos hídricos, como o seu uso consciente, o acesso por toda a população, a poluição, a saúde e a produção de alimentos.
O tema da data para 2025 é “Água para a Ação Climática”, abordando emergências relacionadas às mudanças climáticas, à degradação ambiental e à perda de biodiversidade.
Nesta semana de 17 a 22 de março, também comemoramos a Semana da Água.
A matriz elétrica brasileira é uma das mais renováveis do mundo, isso porque grande parte da energia elétrica gerada no Brasil vem de usinas hidrelétricas.
A participação das hidrelétricas na geração de energia do Brasil cairá para menos de 50% em 2034, de acordo com a estatal EPE (Empresa de Pesquisa Energética). É necessária a retomada, pelo país, da construção de reservatórios de grande porte para acumulação de água, destinada ao uso múltiplo.
As variações climáticas têm exercido uma pressão crescente sobre a disponibilidade de recursos hídricos, enquanto o aumento da demanda por água torna ainda mais urgente a adoção de práticas eficientes para a redução do consumo desse recurso natural.
Proteger as áreas de recarga de água, as nascentes, combater a poluição hídrica e o consumo excessivo são providências urgentes que a sociedade precisa tomar, hoje e todos os dias, para enfrentarmos as mudanças climáticas, garantir o abastecimento público de água, a dessedentação animal, a produção agrícola, o transporte fluvial e a geração de energia.
A data tem como objetivo colocar em discussão assuntos importantes relacionados com esse recurso natural. A vida no planeta só é possível graças à presença de água. Desse modo, cuidar das fontes de água é fundamental para a sobrevivência do planeta.
Também no dia 22 de março de 1992, a ONU divulgou a Declaração Universal dos Direitos da Água, que é ordenada em dez artigos. Veja a seguir alguns trechos dessa declaração:
- A água faz parte do patrimônio do planeta.
- A água é a seiva do nosso planeta.
- Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados.
- O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos.
- A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores.
- A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: é preciso saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.
- A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada.
- A utilização da água implica respeito à lei.
- A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.
- O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.
Mais de 70% da superfície da Terra é coberta por água; porém, menos de 1% é própria para consumo. Do total de água disponível no planeta, 97% estão nos mares e oceanos (água salgada) e apenas 3% são água doce.
Vale destacar, no entanto, que essa quantidade não está distribuída igualmente por todo o território. Consequentemente, existem locais onde esse recurso é bastante escasso – são mais de 400 regiões em todo o mundo. Em virtude dessa desigualdade de distribuição, em várias regiões ocorrem verdadeiros conflitos por água.
O Brasil detém nada menos que 13% de toda a água doce do mundo.
A poluição causada pelas atividades humanas torna a água disponível imprópria para o consumo. De acordo com a ONU, 1 em cada 3 pessoas no mundo não possui acesso à água potável. Ainda de acordo com a ONU, três bilhões de pessoas não possuem instalações básicas para lavar as mãos de forma adequada. Esse quadro é preocupante, pois está relacionado com uma série de doenças, e o hábito de lavar as mãos pode prevenir várias enfermidades.
Como toda a população necessita de água para a sua sobrevivência, em julho de 2010, a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou, por meio da Resolução A/RES/64/292, que a água limpa e segura e o saneamento básico são Direitos Humanos.
A água é também essencial para a produção agropecuária. Sem ela, não conseguiríamos alimentar a crescente população do planeta, que já alcançou 8 bilhões de habitantes.
Para celebrar a data, o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Minas Gerais (Sisema), por meio do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), divulgou a programação da Semana da Água de 2025, que ocorrerá entre os dias 17 e 21 de março, com uma série de atividades para celebrar o Dia Mundial da Água.
A programação deste ano terá como tema central os eventos climáticos extremos e seus impactos nos recursos hídricos. As atividades incluem palestras, cursos, workshops, doação de mudas, além de eventos ao ar livre, e visam promover o consumo consciente de água e combater o desperdício.
Na abertura, foram lançados o selo de 5 anos da Revista Mineira de Recursos Hídricos (RMRH), o selo de Sustentabilidade MG e o Sistema de Gestão de Bacias Hidrográficas – Módulo de Cobrança pelo Uso da Água, além do Programa Regar, da Arsae-MG.
Somos todos responsáveis por garantir água de qualidade e em abundância para todos os seres vivos de nosso planeta.