A despedida de Lô Borges, um dos grandes nomes do Clube da Esquina e da música brasileira, emociona o país. O cantor e compositor mineiro, dono de uma obra que atravessou gerações, será velado nesta quarta-feira (4/11) no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, espaço simbólico da cultura de Minas que abrirá as portas ao público para uma última homenagem.
Em entrevista ao Meio-Dia em Pauta desta segunda-feira (03/11), o músico e produtor Robertinho Brant, sobrinho de Fernando Brant e parceiro de Lô no álbum As Cores do Clube da Esquina, destacou a dimensão do artista.
‘A arte dele é tão eterna que a gente acha que ele não vai morrer nunca. Quando acontece, o impacto é enorme’, afirmou. Ele lembrou ainda que o disco Clube da Esquina, criado por Lô e Milton Nascimento, foi recentemente eleito o nono melhor álbum do mundo por uma publicação americana.
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Para Brant, o legado de Lô Borges ultrapassa o tempo e inspira novas gerações. ‘Ele mudou a trajetória do maior artista brasileiro vivo, o Milton Nascimento. O Lô é um dos maiores compositores do nosso tempo, e é hora de colocar essa música de volta no nosso dia a dia’, defendeu. Segundo o produtor, a obra do Clube da Esquina ‘mistura rock, juventude e revolução’ e deve ser revisitada por quem busca entender a essência da música brasileira.
O produtor também revelou detalhes do trabalho que fez com Lô em As Cores do Clube da Esquina, que será lançado entre março e maio de 2026. ‘Trabalhar com o Lô, meu maior ídolo, foi uma honra. Ele quis regravar as músicas que o consagraram, como Trem Azul e Paisagem da Janela, com arranjos do Wagner Tiso. Disse pra mim: ‘Quero que você produza isso, porque sei que você ama a minha música’, contou emocionado.
Além do álbum, Brant está à frente do processo que busca o reconhecimento do Clube da Esquina como patrimônio imaterial de Minas e do Brasil. “O pedido já foi deferido pelo IEPHA, e o dossiê está em elaboração. Se tudo der certo, em 2027 o Clube da Esquina será oficialmente reconhecido como patrimônio cultural brasileira’, adiantou. Um gesto que, segundo ele, reafirma ‘a juventude e a luminosidade eternas da música de Lô Borges’.