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Bolsa em recorde histórico: mérito do Brasil ou do caos externo?

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Izak Carlos

Izak Carlos
  • 04/11/2025
  • 11:32

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(IMAGEM ILUSTRATIVA/Rovena Rosa/Arquivo EBC)

(IMAGEM ILUSTRATIVA/Rovena Rosa/Arquivo EBC)

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A bolsa de valores vive um ano de euforia. O Ibovespa, principal índice do mercado acionário do país, ultrapassou pela primeira vez na história a marca dos 150.000 pontos, acumulando uma alta superior a 20% apenas em 2025.

É, sem dúvida, um desempenho notável, principalmente se lembrarmos que há apenas 1 ano o cenário era completamente diferente. Em 2024, o índice havia tombado 9,35%, fechando o ano aos 118.000 pontos, em meio à crise fiscal, à fuga de capitais e à percepção generalizada de que, quando se trata do Brasil, o risco não compensava o retorno.

Naquele momento, o dólar chegou a 6,20, simbolizando o auge da desconfiança no país. Mas o que mudou de lá para cá? O Brasil virou o paraíso do investimento? Nossos problemas fiscais foram resolvidos? As empresas melhoraram radicalmente seus fundamentos? O governo ajustou suas contas e recuperou a confiança? A resposta, infelizmente, é não.
O que mudou foi o contexto internacional.

O mundo vive um processo de realocação de capitais impulsionado por fatores externos e o Brasil, desta vez, acabou sendo beneficiado por um movimento que não foi criado aqui. Com volatilidade política e econômica nos Estados Unidos, acentuada pelas mudanças imprevisíveis do presidente Donald Trump, investidores globais passaram a buscar a diversificação geográfica de suas carteiras. Essa mudança provocou uma enxurrada de liquidez nos mercados emergentes, beneficiando bolsas como a brasileira.

A desconfiança com a política econômica de Trump também enfraqueceu o dólar no cenário global e, para completar, o início do ciclo de corte de juros pelo Federal Reserve, o Banco Central norte-americano, fez muitos investidores migrarem da renda fixa americana, que ficou menos atraente, para ativos de maior risco e maior potencial de retorno, como as ações de países emergentes.

Esse contexto externo, aliado ao fato de o Brasil ainda oferecer juros reais altos e ativos baratos, fez com que os estrangeiros voltassem a olhar com um pouquinho de interesse para o país. É um movimento que mistura realismo e pragmatismo. Não porque o Brasil tenha se tornado um exemplo de estabilidade e responsabilidade fiscal, mas porque, na falta de alternativas mais seguras e rentáveis em outras partes do mundo, o investidor global resolveu correr o risco.

Apesar disso, é preciso contextualizar o dinamismo. Em dólares, a bolsa de valores ainda não recuperou o patamar de 2014, o que mostra que, mesmo após esse aumento do preço dos ativos, os ativos nacionais continuam subvalorizados. É como se o investidor dissesse: “Está barato, então vale o risco”.
Mas há um longo caminho entre estar barato e estar sólido. A valorização recente da bolsa não reflete uma mudança estrutural do país, mas sim uma janela de oportunidade momentânea criada por fatores externos.

Internamente, o filme continua preocupante. O Brasil cresce, é verdade. O desemprego caiu e a inflação está caminhando para o teto da meta, mas o modelo de crescimento atual é sustentado pelo aumento do gasto público e do endividamento e não por ganho de produtividade ou investimentos privados. O fantasma de uma crise fiscal em 2027 ronda o horizonte e o mercado já sabe disso.

É por isso que, mesmo em meio à euforia, o investidor estrangeiro continua de olho no fiscal e no risco político das eleições de 2026, que podem redefinir o rumo da política econômica. Em economia, não existe alquimia. A alta das bolsas pode gerar manchetes otimistas, mas não resolve problemas estruturais. Crescimento sustentável não se compra com dívida e confiança não se impõe por decreto.

O que sustenta o valor dos ativos, no longo prazo, é a credibilidade das instituições, a responsabilidade fiscal e a previsibilidade das regras do jogo. Sem isso, a bonança atual pode se transformar, mais uma vez, em um voo de galinha. A foto de hoje é boa. O investidor sorri, o índice sobe e o câmbio se acomoda, mas o filme continua o mesmo, o país que insiste em trocar dívida por PIB e esperança por improviso.

Se quisermos manter o bom humor dos mercados, será preciso mais do que sorte externa. Será preciso disciplina, planejamento e confiança.

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Izak Carlos

É economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Formado em economia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com MBA em Gestão Financeira pela Fundação Getúlio Vargas, mestrado e doutorado em economia aplicada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), já atuou como economista, especialista e consultor econômico da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG). Izak também é sócio-diretor da Axion Macrofinance e Especialista do Instituto Millenium.

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