2 milhões e 400 mil brasileiros estão dentro do transtorno do espectro autista, segundo o Censo TE, 2022 do IBGE. Mais impressionante, os diagnósticos de autismo aumentaram mais de 300% nos últimos 10 anos, incluindo identificação tardia de adultos depois de um burnout ou de uma demissão.
Essa realidade expõe uma urgência, enquanto 15 a 20 da população global, apresenta uma forma de neurodiversidade, somente uma em cada 10 organizações aborda especificamente o tema em seus programas de inclusão. 47% dos profissionais nunca trabalharam com pessoas neurodivergentes. No Brasil, 85% dos adultos com autismo estão fora do mercado de trabalho. No Reino Unido, 22% dos autistas conseguem um emprego.
E os estudos apontam que somente 10 a 20% dos autistas considerados, 8 em cada 10 trabalhadores neurodivergentes avaliam que as empresas estão despreparadas para recebê-los. É como se elas preferissem ficar sujeitas a denúncias do que fazer adaptações necessárias. A ironia é cruel.
Pessoas com autismo, TDH, dislexia frequente podem ter habilidades excepcionais como hiperfoco, raciocínio lógico, atenção extrema aos detalhes, um pensamento mais original, uma capacidade de identificar um padrão que os outros não enxergam. Então, equipes com profissionais neurodivergentes, podem ser 30% mais produtivas, segundo o Deloitte.
Uma pessoa com TDAH, por exemplo, pode se destacar em situações criativas, enquanto alguém com autismo pode brilhar em análises complexas de dados. Incluir, não é só contratar. Incluir é revisitar uma política interna, capacitar liderança, adaptar processos seletivos, garantir a sensibilidade attitudinal. Pequenos ajustes, como um espaço menor para estímulo sensorial, rotinas previsíveis ou até uma comunicação mais clara podem fazer uma enorme diferença.
O futuro já chegou e diversas empresas têm entendido que neurodiversidade não é só responsabilidade social, é também mais uma vantagem competitiva. Nesse mundo que demanda inovação constante, cérebros que processam informações, diferentemente podem ser a chave para uma solução disruptiva. A próxima revolução empresarial não vai vir da tecnologia, mas de compreender que diferenças cognitivas são super poderes disfarçados.