A política externa do Brasil, sob o comando dúbio e titubeante do presidente Lula, parece decidida a trilhar caminhos cada vez mais tortuosos. Enquanto as maiores potências do mundo condenam ataques terroristas e reafirmam sua solidariedade a Israel, o governo brasileiro opta por uma linha que passa perigosamente perto de autocracias e teocracias.
A condenação seletiva dos ataques de Israel não é uma prova de neutralidade ou equilíbrio. É uma prova de miopia estratégica. No tabuleiro global, não basta declarar-se “diferente” para conquistar respeito ou influência. Não quando essa diferença nos conduz para um canto escuro, isolado e exposto às sanções.
As alianças internacionais não são pedras soltas no caminho, mas pilares para uma política de Estado sólida e responsável. Alinhar-se a regimes autoritários não aumenta a autonomia do Brasil no cenário global, mas arrasta a credibilidade do país para uma zona cinzenta e arriscada.
A política equivocada de Celso Amorim
Celso Amorim, a eminência parda da diplomacia brasileira, utiliza-se de uma retórica antiga e anacrônica. O Brasil não precisa perder o respeito de parceiros estratégicos para reafirmar sua soberania, aliando-se a blocos por princípios puramente ideológicos ou de oportunidade. Não precisa transformar a crítica em cumplicidade com tiranias para garantir destaque no mapa-múndi.
Se continuar assim, sob o manto de uma política externa cega e complacente, o país não conseguirá seu propósito, ao menos o anunciado, de uma era de protagonismo global. Veremos, sim, o isolamento doloroso sob a forma de ações e sanções que não pouparão a economia e a imagem do país.
A hora de mudar a rota não poderia ser mais clara. Porque uma política externa não se faz com bravatas ou aplausos de ditadores. Faz-se com firmeza, com princípios e com uma visão clara do que o Brasil deseja representar para si e para o mundo. Sem isso, somos apenas uma sombra perdida entre as luzes e as trevas do século XXI.
O Brasil merece mais. O Brasil pode mais. O Brasil não precisa transformar-se em refém de autocracias para reafirmar quem é. Porque quem não sabe para onde vai, acaba chegando a lugar nenhum ou, pior, acaba arrastado para onde não queria ir.