No Visão Macro de hoje, como prometido, vamos falar um pouco mais — não da análise quantitativa dos fundos — mas da análise qualitativa.
Aqui, a gente precisa falar um pouco mais sobre comportamento. E esse comportamento tem muito mais a ver com a macroeconomia do que a grande maioria das pessoas imagina. Isso porque, através de vieses cognitivos ou vieses comportamentais, acabamos sinalizando positivismo ou negativismo para o cenário macroeconômico de uma forma ou de outra.
Evitar esses vieses comportamentais é uma qualidade de poucos gestores, mas existem métricas qualitativas que podemos observar ao longo do tempo na seleção desse processo. De novo: para que, através da conjuntura econômica — seja ela positiva ou negativa — possamos sempre minimizar perdas e maximizar ganhos no nosso portfólio ou na perpetuação do patrimônio ao longo do tempo.
Nesse caso, a análise qualitativa dos fundos — especialmente os fundos de fundos — tenta, de alguma forma, avaliar o futuro, e não o passado, como é a proposta da análise quantitativa. Ou melhor: busca avaliar a continuidade e a consistência dos resultados obtidos por um gestor ou por uma estratégia.
Entre as formas relevantes de análise, podemos destacar:
- o entendimento das pessoas e das vantagens comparativas de cada um na estrutura;
- processos de alocação e gestão de risco bem definidos;
- teses sólidas, com equipe alinhada para o longo prazo;
- uma boa comunicação com a base de investidores, como poucos fundos realmente conseguem fazer;
- e a celeridade na identificação de erros e formas de mitigação de vieses pessoais nos processos estabelecidos.
O objetivo aqui não é ir contra o mercado, mas sim acreditar nas probabilidades sinalizadas pelos eventos. Isso tem muito mais capacidade de gerar resultado pela análise da conjuntura do que simplesmente insistir no erro ou ter convicções cegas.
Neste contexto, o cuidado com os vieses comportamentais deve ser redobrado — principalmente com o viés de confirmação, que já comentamos em outra edição do Visão Macro.