Pessoal, eu tô indo para a palestra e já volto. Hoje vai rolar a musculação, um pouco de jiu-jitsu e uns 20 minutos de esteira. Vamos embora? Tá confuso? Pois é, então senta aí porque palestra não é o que você tá pensando. Quando a gente ouve “palestra”, já imagina o Cortella em cima de um palco, falando bonito para uma multidão. Mas, na origem, a palavra tem um significado bem diferente.
Palestra vem do grego palaestra, designação dada a locais onde os gregos praticavam esportes, principalmente ginástica e luta livre. Pelados, aliás, tá? Você acredita? Era um espaço central nas cidades gregas e fazia parte da paideia, o sistema de formação integral, física, moral e intelectual do cidadão. Com a expansão do Império Romano e a predominância do latim, o termo passou a designar um outro tipo de embate: os debates de ideias.
Que foi como o termo chegou à língua portuguesa. Por aí, aqui palestra virou sinônimo de apresentação, exposição oral e retórica, a arte dos palestrantes. Mas, em italiano, até hoje palestra é o termo usado para academia de ginástica. E foi com esse sentido que, em 1914, os imigrantes italianos radicados no Brasil batizaram de Palestra Itália o time que mais tarde viria a ser o Palmeiras.
Que, aliás, só trocou de nome por pressão do governo Vargas, para evitar a associação à Itália fascista em plena Segunda Guerra. Ou então, para ser mais coerente, o Cortella, que tanto gosta de etimologia, deveria encerrar suas inspiradoras preleções filosóficas com uma série de supino, alguns agachamentos e uns 30 minutos de spinning. Mas algo me diz que será difícil convencê-lo. Quem se habilita a tentar? Curtiu a história? Então fica aí, que daqui a pouco eu conto outra. Um abraço para o Cortella.