Não são tempos comuns. A frase repetida em diferentes crises ao longo do século 20 continua tão atual agora, em 2025. Foi tema de artigo de Milton Beck, Country Manager do LinkedIn, na Forbes. O trabalho está em mutação acelerada, puxado pela inteligência artificial, pela pressão climática e pela reconfiguração de valores essenciais. Em cenários assim, olhar para a história não é luxo.
É uma estratégia de sobrevivência. Quando a eletricidade começou a se espalhar nos Estados Unidos no fim do século XIX, muitas fábricas seguiram, por décadas, presas ao vapor. No Brasil, indústrias mantiveram caldeiras a lenha mesmo com energia elétrica disponível. A razão não era técnica, era cultural. Mudar exigia reorganizar processos, treinar pessoas, abandonar rotinas. E a lição vale para hoje.
A inteligência artificial já está integrada ao cotidiano, mas boa parte das empresas ainda age como se fosse opcional. De acordo com a PwC, até 40% dos empregos podem ser impactados pela automação até 2035. O Fórum Econômico Mundial aponta que quase 44% das habilidades atuais vão se tornar obsoletas até o fim da década. Os números não deixam dúvida.
A questão não é se vamos usar inteligência artificial, e sim como vamos fazer isso com ética, clareza e impacto positivo. O desafio está na disposição de experimentar: começar pequeno, testar hipóteses, aprender em ciclos rápidos. Essa é a diferença entre as empresas que atravessam períodos turbulentos e aquelas que ficam para trás. Crescimento sustentável nasce da combinação entre coragem e capacidade de adaptação.
No plano individual, o recado é direto. Diplomas continuam valendo, mas já não bastam. O profissional que se reinventa continuamente é aquele que encontra espaço no mercado volátil. Não existem mapas prontos para tempos extraordinários, existem escolhas. Cabe a governos, organizações e pessoas decidir se vão seguir presas ao modelo do vapor ou se terão coragem de reconfigurar o futuro enquanto ele acontece.